domingo, 30 de outubro de 2011

Star Wars bem humorado: Volkswagen X Greenpeace!



por Nelmara Arbex

Se você tem um Volkswagen OU adora campanhas bem-boladas OU e’ um fã de guerras nas estrelas OU se importa com o aquecimento global...
Vale a pena dar uma olhada nestes filminhos super sacados da Volkswagen lançando seu carro novo, e nas respostas do Greenpeace. 5 minutos. Uma delícia de “debate”.

O ponto e’ chamar a atenção do consumidor e da sociedade para uma enorme pisada na bola que a empresa esta’ dando: não quer se comprometer com as metas de redução de emissão de CO2.

Fique alerta, boicote e divirta-se! 

domingo, 23 de outubro de 2011

Steve Jobs sabia disto!



Aqui ele esta' dizendo: "Hora de formatar o GRI-G4 de maneira insanamente esperta!"

Me desculpem os seguidores deste blog por tantas semanas de silêncio.  A principal causa e’ o G4. Como muitos dos leitores sabem, trabalho para a Global Reporting Initiative (GRI) e la’ lidero um projeto mundial para re-definir como empresas devem medir e publicar seus impactos sociais e ambientais. As diretrizes que definirão como empresas farão relatórios de sustentabilidade nos próximos 8-10 anos se chamam: G4 (a versão atual em vigor desde 2006 se chama GRI-G3 (G3.1)).

Estas diretrizes são preparadas através de consulta mundial. Sem a opinião de milhares de pessoas de todo o mundo não será possível preparar diretrizes que expressem os interesses dos diversos grupos que querem e precisam saber mais sobre a performance das empresas. E falta ainda muito para chegarmos a um nível de participação adequado... a consulta se encerrara' dia 24 de Novembro, em 4 semanas!

Quando perguntei  na semana passada ao John Elkington* – membro do conselho da GRI- como ele explicaria a importância da participação na formatação do G4, ele disse:

Steve Jobs conhecia o valor de um sistema operacional de qualidade insanamente alta. Isto e’ o que queremos atingir com as diretrizes G4 da GRI. Esta e’ a chance de cada um de garantir que estas diretrizes proponham `as empresas que meçam e publiquem dados que nos ajudem a construir um modelo de desenvolvimento “verde”. Precisamos de toda ajuda possível para conseguir fazer isto de forma correta.

E ai? Que fazer a diferença? Clique aqui!

 O questionário de consulta publica do GRI-G4 está disponível em português, inglês, espanhol, frances e mandarim.

(*) John Elkington e’ um autor de vários livros, fundador de varias organizações e membro de comitês internacionais importantes na área de sustentabilidade. Ele criou o conceito “tripple bottom line (tripe' da sustentabilidade)”, explicitando que as empresas deveriam ter resultado positivo não só’ financeiramente, mas também social e ambientalmente.http://survey01.synovate.nl/mrIWeb/mrIWeb.srf?I.Project=P9450101

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Adoro ciberativismo! Para garantir o “Ficha Limpa” ! Clique já!


por Nelmara Arbex

Avaaz esta’ disseminando a campanha pela lei “Ficha Limpa”, que está ameaçada de desaparecer em 48 horas.

Quem acompanha este blog sabe que eu adoro o Avaaz, que e’ um site de ciberativismo eficiente. Foi através desta plataforma que os brasileiros conseguiram agitar uma campanha para fazer o projeto de lei “Ficha Limpa” chegar a 1,3 milhões de assinaturas que deixou os corruptos e o mundo de boca aberta. Agora o site esta’ alertando todos no's de que ha’ uma ameaça real de que esta proposta de lei seja vetada.

Se você entrar neste link e você vai poder influenciar esta decisão!

Adoro ciberativismo! O que você esta' esperando? Clique Aqui!


PS:

Um lembrete A lei propõe “elevar” o nível dos nossos representantes, e entre outras coisas propõe que não podem se candidatar (clique aqui para conhecer o texto completo):

e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:

1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;

2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;

3. contra o meio ambiente e a saúde pública;

4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;

5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;

6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;

7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos;

8. de redução à condição análoga à de escravo;

9. contra a vida e a dignidade sexual; e

10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Próximos passos na “responsabilidade social“ empresarial ?



por Nelmara Arbex

Já faz algum tempo que existe uma lista de práticas que devem ser consideradas por toda empresa que quer se dizer “responsável”.

No Brasil, desde o inicio dos anos 2000, com a publicação dos “Indicadores Ethos” de responsabilidade social, temos ai’ uma ferramenta básica para o gestor que quiser checar quão responsável sua empresa e’. Claro que a ferramenta-diagnóstico não tem como objetivo apontar soluções praticas e profundas neste campo, mas não deve ser menosprezada já a maior parte das empresas tem muito do “básico” para resolver. Mesmo empresas de grande porte e cheias de recursos ainda tem problemas em assegurar igualdade de oportunidades e salários para homens e mulheres, em apoiar sua rede de fornecedores para também serem implementadores de práticas responsáveis, e nem conseguem parar a destruição ambiental que suas atividades geram.

Assim, pode-se rapidamente entender que a atividade empresarial que esta’ hoje exposta - quase em tempo real - pelos meios de disseminação de informação como a internet, tem claramente mudado mas estas mudanças estão ainda longe de representar uma transformação radical na forma como se faz negócios e se distribui riqueza. Mas talvez o objetivo do movimento pela responsabilidade sócio-ambiental empresarial seja somente este mesmo: elevar o nível da prática empresarial a mínimos aceitáveis e esperados por toda a sociedade.

Bem... apesar de nobre e necessárias, fato e’ que estas melhorias não vão nos levar a uma sociedade onde recursos naturais se regenerem e onde todas as pessoas vivam melhor, com seguranca física, amplo acesso `a educação de qualidade e a serviços de saúde, incluindo todas as camadas da população. Para isto vamos precisar de algo mais.

E’ deste "algo mais" que a última conferência do Instituto Ethos em Agosto e as reuniões que tive em Boston em Junho trataram: qual deveria ser a próxima etapa do movimento de responsabilidade social empresarial?

Na "Conferência do Instituto Ethos - protagonistas de uma nova economia" a resposta foi: vamos discutir como as empresas podem concretamente contribuir para estabelecer uma “nova economia”, cujos pilares são o reconhecimento dos limites dos recursos ambientais, a transformação do conceito de “consumo” e a inclusão de todos que são afetados pelas atividades empresariais. O Instituto Ethos não esta sozinho nesta reflexão. A conferência das Nações Unidas “Rio +20” vem ai’ com bandeira parecida, apoiada pelos inúmeros projetos da UNEP na área de limites dos recursos ambientais e um exército de ONGs.

Nas reuniões de Boston outro aspecto desta nova fase foi explorado: podem as negócios abraçar causas que são diretamente ligadas aos seus negócios e, como conseqüência, mudar radicalmente? A bola da vez e’ a “Campbell's Soup” que decidiu colocar a redução da obesidade em 11 cidades americanas como parte de suas metas empresariais. Este comprometimento devera’ levar a empresa a redesenhar seus produtos de forma radical e todos ganham com isto.

De uma forma ou de outra, aqui estamos no's, outra vez, quebrando a cabeça para mover as empresas a serem motores da transformação que precisamos.

Será’ possível? Temos outra alternativa?

Talvez a única outra saída fosse a educação do consumidor para dar seu dinheiro somente as empresas que contribuíssem de forma clara para a regeneração dos recursos naturais e distribuição de riqueza social. Atualmente esta ainda e’ uma tarefa hercúlea ou impossível, já que para obter resposta a estas duas perguntinhas básicas a empresa precisaria medir o impacto de suas atividades de forma profunda e deveria publicar o resultado destas medidas. E para isto ainda não temos instrumentos...


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Nike X adidas: quem descontamina primeiro? Uma competição!

por Nelmara Arbex

DETOX! O Greenpeace lançou em julho uma campanha inteligente: desafiou as duas maiores empresas de assessórios esportivos a competir pela limpeza dos rios da China. Veja um dos videos.

Durante uma investigação recente o Greenpeace conclui que entre os maiores poluidores dos rios e mares da China estão as industrias têxteis e seus fornecedores, e entre elas estão nossas marcas preferidas, como Nike e Adidas.

Claro que este e’ só o comecinho da estória, já’ que a poluição química global e’ desnecessária e assustadora.

Mas para começar uma campanha com as empresas ajudando a encarar este problemão, o Greenpeace desafiou as empresas de materiais esportivos a se engajarem e competirem para parar a poluição tóxica de seus fornecedores na China. E assim também “limpar” os produtos que nos vendem cheio de material tóxico perigoso.

A Nike topou e saiu na frente. Nike! Nike! Nike!

Entre tambem nesta e assine a petição!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como tomar decisões para um futuro sustentável?




por Nelmara Arbex

Com poucas regras, uma grande festa e dando problemas grandes e concretos para gente empoderada dar um jeito.

Fui `a Malásia, para uma cidade chamada Kota Kinabalu, para a conferência e assembléia do FSC (Forest Stwardship Council) que acontece a cada 3 anos. Depois de umas 14 horas de vôo, 2h de espera e um desembarque num aeroporto na ilha errada, cheguei `a cidade na costa da ilha de Borneo.

A paisagem e’ um sonho. A pobreza fácil de ver. A cidade, na verdade um enorme hotel, foi o cenário de dias de negociações, discussões, noites em claro cheias de trabalho, palestras e uma grande festa cheia de energia. Todos estes foram ingredientes deste fórum que tem muito a ensinar para organizações locais, nacionais e mundiais.

Fui como palestrante para a conferência e observadora da assembléia.

As decisões do FSC são tomadas por 3 câmaras: a econômica, a social e a ambiental. As decisões podem ser sobre novas regras que devem ser respeitadas pelas indústrias que fazem manejo responsável de florestas ou podem ser sobre regiões nas quais o FSC não deveria certificar nenhum tipo de atividade florestal. Nenhuma proposta pode ser aprovada se uma das câmaras votar contra.

As negociações são para que os membros afinem suas propostas e negociem dentro de suas próprias câmaras e depois com as outras . Estas regras simples e bem-boladas geram uma dinâmica impressionante de discussões e negociações que vão `a raiz dos problemas e conseqüências de cada proposta.

Os membros tem 3 meses para apresentar propostas de forma virtual, dois dias de reuniões cara-a-cara para negociações e dois dias para votação. Uma vez em plenário as propostas não podem ser modificadas de nenhuma forma. Os crachás dos votantes tem um código de barra que controla o quorum em tempo real o tempo todo. Mais de 50 propostas foram votadas nos dois dias de assembléia. Ninguém pisca.

Uau!

Quem dera Copenhagen ou o congresso brasileiro fosse dividido em câmaras como estas, refletindo regiões e partidos, mas com foco nas áreas sociais, ambientais e econômicas.

No final uma festança com banda ao vivo e muitas horas dançantes, uma catarse para fazer as pazes com todos. Mais de 500 pessoas super empoderadas celebrando. Uma energia inesquecível.

E o Brasil, com representantes como Suzano, Klabin, Veracel, Imaflora, Amata, WWF, Amigos da Terra, Confederação dos Trabalhadores da Amazônia e Escola de Lutheria, estava bem representado. Brasileiros também estão no Conselho e na direção executiva da entidade.

Hora de trazer esta experiência para casa... no Brasil.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Indústria florestal e proteção das florestas: o que você consumidor tem a ver com isto?







por Nelmara Arbex

Em junho estive no Brasil, entre outras coisas, para entender um pouco melhor a indústria florestal do país.

O Brasil planta muita árvore neste momento: para indústria de papel e fibras; para indústria moveleira; planta palmeiras de frutos oleaginosos (palm oil e outras) e outras palmeiras para vários setores; árvores frutíferas também para indústria alimentícia; seringueiras para a indústria de látex; árvores são plantadas como parte de créditos de carbono comprado por empresas nacionais e internacionais (que contratam empresas para plantar árvores para elas como forma de capturar o carbono emitido pelas suas operações - árvores são feitas de matéria a base de carbono, como todos os seres vivos); e para reflorestamento como recuperação de áreas degradadas. De forma bem geral, estas são as principais categorias de plantio de árvores no país.

Atualmente a maioria destas plantações ocorre em áreas que já estavam desmatadas pela agricultura ou em áreas que foram desmatadas de forma ilegal, mas, como não ha’ como reconstruir o eco-sistema destruído, a saída e’ fazer uso comercial da terra que ficou depois da degradação.

As mudas são geneticamente manipuladas ou selecionadas para oferecer alta produtividade. Importante ressaltar que este tipo de plantio para uso comercial de larga escala e’ um negocio de longo prazo. Em todos os casos citados acima – mesmo com melhorias genéticas importantes- o tempo mínimo para corte ou aproveitamento da matéria prima e' de cerca de 5 anos, podendo chegar a 30 anos.

O Brasil também faz “colheita” de árvores, não porque retira frutos ou resinas de árvores em áreas de floresta (como a castanha do para' ou breu branco da indústria alimentícia e cosmética), mas porque corta árvores de florestas para comercialização. Este corte pode acontecer de forma planejada, para afetar o mínimo a floresta e garantir as próximas gerações de árvores, ou pode acontecer de forma “rasa”, quando as madeiras nobres são retiradas sem considerar a preservação do eco-sistema onde estão ou a futura geração das espécies. Esta forma “rasa” de retirar árvores não são sempre ilegais segundo nossa legislação, mas muitas vezes são. E depois da retiradas das árvores “comerciais” o resto e’ queimado para o chão ser utilizado como pasto ou ser então “classificado” como área para agricultura florestal ou de agronegócios.

Claro que em todos os casos, a indústria diz que e’ “o aumento da demanda pelos consumidores do Brasil e do mundo” que motiva os negócios a expandirem mais e mais. Outra vez, nós consumidores somos motivadores de atividades que nem sempre queremos motivar, certo?

Este e' um tema se'rio para o nosso futuro: a escala do nosso consumo e sua relação com a retirada de madeira sem planejamento, que e’ hoje a principal cúmplice de destruição de eco-sistemas a serem protegidos. Ele e' o sinal verde para o quem vem depois com seu negócio florestal ou de monocultura agrícola. E assim vamos “transformando” eco-sistemas importantes em áreas de agricultura “pois não ha’ mais nada a ser feito...”.

Como podemos de verdade proteger as florestas e eco-sistemas que ainda temos?

Será possível proteger as florestas virgens que nós- como poucos povos no mundo - ainda temos,com atividades florestas planejadas?

Será que a retirada planejada e madeira da floresta – como recomendado pelo FSC (Forestry Stwardship Council) pode mesmo ajudar? Ou ao contrário: da' selo de "madeira certificada" a quem esta destruindo, mas o esta fazendo mais lentamente?

Ou temos que – como propõe o Greenpeace – fazer campanha dura pelo desmatamento zero? Por que são eles então co-fundadores do FSC? Por que WWF comemora o manejo florestal no Brasil?

Sera' que relatórios como este - Inventa'rio Florestal Nacional - estão sendo feitos para proteger as florestas ou para vende^-las?

Hum... Melhor sabermos estas respostas rapidamente antes que “nós consumidores” tenhamos acabado com tudo...

Estas perguntas tem me levado a conversas importantes sobre os modelos de negócios sustentáveis sendo gerados hoje, em parte, para responder estas perguntas.

PS: Também me levaram `a conferencia do FSC na Malásia, que será o tema da próxima postagem.