domingo, 10 de fevereiro de 2013

Planos para um Brasil “sustentável”? O tema do blog de 2013.




por Nelmara Arbex


Se você, como eu, é um cidadão comum preocupado com o presente e futuro do país, e se você tem uma coisa dentro de você que diz que ninguém sabe bem onde estamos e para onde vamos, acho que esta na hora de olharmos em volta e descobrir: quem esta definindo os rumos/ a vida no Brasil de hoje e quem esta’ fazendo os planos para o nosso futuro.  

Talvez você, como eu, acha que tem uma idéia de quem toma as decisões hoje. Sera'?
E o modelo que estamos bolando para garantir nosso futuro?
Faça um teste: vá ao Google e escreva “Brasil sustentável”, escolha “textos do último ano” e de uma boa olhada no resultado.

Quem esta decidindo o modelo para um Brasil sustentável? 

CBEDS  e as empresas?


O que você acha? São os temas do seu interesse? Você foi convidado para a conversa? Vai se convidar? Acha que este e’ um tópico para especialistas...? Pense outra vez!

Violência urbana,  qualidade da comida,  energia limpa,  o novo ipad, acesso a educação e lazer,  diversidade religiosa,  consumo, sistemas de transporte,  modelo de crescimento econômico, proteção da biodiversidade,  estruturas de poder e corrupção,  copa do mundo, todos estes são temas para um cidadão e um sociedade sustentável. E eles estão interconectados!

Vamos falar disto?

Ate’ o próximo post!


foto: capa de documento preparado e publicado pela E&Y Brasil em 2010.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

De volta em 2013!




Bubbio: cidade sem transgênicos, no norte da Italia

O que e’ que o Brasil quer ser?

O blog está de volta! Parei em 2012 para pensar em como deverão ser os relatórios de sustentabilidade nos próximos 10 anos (definindo o G4), mas também para dar uma olhada por aí – Austrália, Estados Unidos, Índia, Inglaterra, Adu Dahbi, WEF-Dubai, Rio+20... – e pensar no papel do Brasil neste contexto insustentável.

O Brasil e’ mencionado como um exemplo de país com índice positivo de “desenvolvimento” movido a energia limpa, um país que tem projeto para tirar a população da pobreza e ser uma estrela no céu do mundo da democracia, principalmente depois das últimas grandes decisões contra a corrupção pelo Supremo Tribunal. Mas também e’ considerado violento,  o governo –que deixa uma quantidade incomensurável de armas serem distribuídas pelo país- e os que usam e distribuem estas armas; desrespeitador de direitos humanos de todos –mulheres, indígenas, jovens, cidadãos urbanos; devastador de florestas e  completamente ignorante por não proteger seu potencial de produtor não transgênico. E assim poderia continuar com uma lista de contradições...

“O que e’ que o Brasil que ser?”, me perguntam.

E’ mesmo possível que este país quer somente crescer usando o modelo mais ultrapassado possível? Um modelo “industrial desenvolvimentista”? O modelo do quanto mais se produz e se consome, melhor, mesmo que para isto nos transformemos em terra arrasada ambiental e socialmente?

Quais são as alternativas possíveis? Que papel temos nos cidadãos nesta conversa?

Temas para 2013... 

domingo, 13 de novembro de 2011

Quem define qual o nível de pobreza aceitável `a nossa volta?




por Nelmara Arbex

Com certeza não são os miseráveis que definem o nível mínimo de pobreza e condições de vida aceitável `a nossa volta.  Poucas vezes na história eles o fizeram. São os mais ricos que decidem. São eles/no’s que podem se articular e mover amigos, prefeitos e a câmara para impedir que a as condições de vida dos mais pobres desça a níveis desumanos. Mas eles, os mais ricos, nem sempre o fazem.  Mas quando o fazem, ...o mundo muda...

Acabo de voltar da Índia.  Uma semana cheia. A última vez que estive la’ foi em 2008.  Desta vez no programa estavam Mumbai, Kolkata, Delhi. A agenda cheia de reuniões e eventos sobre relatórios de sustentabilidade e sobre iniciativas governamentais para promover transparência na gestão empresarial indiana.

Impossível  não notar a miséria presente em todas as grandes cidades. E a sujeira também. Muita gente literalmente acampada nas ruas.

Mas Delhi mudou. A cidade se transformou completamente desde 2008. Totalmente limpa.  Quilômetros de canteiros e calcadas pintados e cuidados. As avenidas tem pista demarcada e o eterno buzinar caótico dos carros, contra tuc-tucs, caminhões e animais na contra-mao, quase desapareceu. Crianças, idosos e deficientes aparecem raramente nos sinais pedindo comida ou dinheiro.  Um aeroporto de deixar qualquer um de queixo caído, faz Guarulhos parecer um aeroporto de fazenda.

A cidade conta hoje com cerca de 17 milhões de habitantes. 9% deles – cerca de 1,5 milhão - abaixo da linha da miséria urbana. Muito abaixo. Ainda assim esta’ em muito melhor situação que o resto da Índia, que tem cerca de 27% de seus 1.2 bilhões de habitantes praticamente mendigos.

Os hotéis de luxo são enormes, com restaurantes sofisticados e jardins, pessoas de todo o mundo atravessam os saguões: árabes, chineses, europeus,  de todos os credos e todas as cores. Nestes ambientes tudo cheira a planos, a negócios e a futuro.

O motorista do taxi que me leva ao aeroporto de Delhi me conta que 5 imensos hotéis 5 estrelas estão planejados e devem inaugurar no próximo ano.

Os prédios do governo estão caindo aos pedaços. A poluição continua,  a poeira, o cheiro defumado, matéria orgânica em decomposição e... claro que a pobreza também. Mas a transformação da cidade tem muito a dizer. Principalmente comprova que quando os mais ricos se organizam muito se pode mudar.

Eles se organizaram e decidiram mudar a cara da cidade. Por que isto ajuda eles a ficarem mais ricos. Miséria brotando nas ruas e nas calcadas não e’ bom pra ninguém. Quando vamos no's -paulistas, cariocas, gaúchos, maranhenses, paraenses, mineiros, pernambucanos e tantos outros - os mais ricos decidir mudar o nível mínimo de miséria que vamos aceitar no Brasil?




domingo, 30 de outubro de 2011

Star Wars bem humorado: Volkswagen X Greenpeace!



por Nelmara Arbex

Se você tem um Volkswagen OU adora campanhas bem-boladas OU e’ um fã de guerras nas estrelas OU se importa com o aquecimento global...
Vale a pena dar uma olhada nestes filminhos super sacados da Volkswagen lançando seu carro novo, e nas respostas do Greenpeace. 5 minutos. Uma delícia de “debate”.

O ponto e’ chamar a atenção do consumidor e da sociedade para uma enorme pisada na bola que a empresa esta’ dando: não quer se comprometer com as metas de redução de emissão de CO2.

Fique alerta, boicote e divirta-se! 

domingo, 23 de outubro de 2011

Steve Jobs sabia disto!



Aqui ele esta' dizendo: "Hora de formatar o GRI-G4 de maneira insanamente esperta!"

Me desculpem os seguidores deste blog por tantas semanas de silêncio.  A principal causa e’ o G4. Como muitos dos leitores sabem, trabalho para a Global Reporting Initiative (GRI) e la’ lidero um projeto mundial para re-definir como empresas devem medir e publicar seus impactos sociais e ambientais. As diretrizes que definirão como empresas farão relatórios de sustentabilidade nos próximos 8-10 anos se chamam: G4 (a versão atual em vigor desde 2006 se chama GRI-G3 (G3.1)).

Estas diretrizes são preparadas através de consulta mundial. Sem a opinião de milhares de pessoas de todo o mundo não será possível preparar diretrizes que expressem os interesses dos diversos grupos que querem e precisam saber mais sobre a performance das empresas. E falta ainda muito para chegarmos a um nível de participação adequado... a consulta se encerrara' dia 24 de Novembro, em 4 semanas!

Quando perguntei  na semana passada ao John Elkington* – membro do conselho da GRI- como ele explicaria a importância da participação na formatação do G4, ele disse:

Steve Jobs conhecia o valor de um sistema operacional de qualidade insanamente alta. Isto e’ o que queremos atingir com as diretrizes G4 da GRI. Esta e’ a chance de cada um de garantir que estas diretrizes proponham `as empresas que meçam e publiquem dados que nos ajudem a construir um modelo de desenvolvimento “verde”. Precisamos de toda ajuda possível para conseguir fazer isto de forma correta.

E ai? Que fazer a diferença? Clique aqui!

 O questionário de consulta publica do GRI-G4 está disponível em português, inglês, espanhol, frances e mandarim.

(*) John Elkington e’ um autor de vários livros, fundador de varias organizações e membro de comitês internacionais importantes na área de sustentabilidade. Ele criou o conceito “tripple bottom line (tripe' da sustentabilidade)”, explicitando que as empresas deveriam ter resultado positivo não só’ financeiramente, mas também social e ambientalmente.http://survey01.synovate.nl/mrIWeb/mrIWeb.srf?I.Project=P9450101

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Adoro ciberativismo! Para garantir o “Ficha Limpa” ! Clique já!


por Nelmara Arbex

Avaaz esta’ disseminando a campanha pela lei “Ficha Limpa”, que está ameaçada de desaparecer em 48 horas.

Quem acompanha este blog sabe que eu adoro o Avaaz, que e’ um site de ciberativismo eficiente. Foi através desta plataforma que os brasileiros conseguiram agitar uma campanha para fazer o projeto de lei “Ficha Limpa” chegar a 1,3 milhões de assinaturas que deixou os corruptos e o mundo de boca aberta. Agora o site esta’ alertando todos no's de que ha’ uma ameaça real de que esta proposta de lei seja vetada.

Se você entrar neste link e você vai poder influenciar esta decisão!

Adoro ciberativismo! O que você esta' esperando? Clique Aqui!


PS:

Um lembrete A lei propõe “elevar” o nível dos nossos representantes, e entre outras coisas propõe que não podem se candidatar (clique aqui para conhecer o texto completo):

e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:

1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;

2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;

3. contra o meio ambiente e a saúde pública;

4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;

5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;

6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;

7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos;

8. de redução à condição análoga à de escravo;

9. contra a vida e a dignidade sexual; e

10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Próximos passos na “responsabilidade social“ empresarial ?



por Nelmara Arbex

Já faz algum tempo que existe uma lista de práticas que devem ser consideradas por toda empresa que quer se dizer “responsável”.

No Brasil, desde o inicio dos anos 2000, com a publicação dos “Indicadores Ethos” de responsabilidade social, temos ai’ uma ferramenta básica para o gestor que quiser checar quão responsável sua empresa e’. Claro que a ferramenta-diagnóstico não tem como objetivo apontar soluções praticas e profundas neste campo, mas não deve ser menosprezada já a maior parte das empresas tem muito do “básico” para resolver. Mesmo empresas de grande porte e cheias de recursos ainda tem problemas em assegurar igualdade de oportunidades e salários para homens e mulheres, em apoiar sua rede de fornecedores para também serem implementadores de práticas responsáveis, e nem conseguem parar a destruição ambiental que suas atividades geram.

Assim, pode-se rapidamente entender que a atividade empresarial que esta’ hoje exposta - quase em tempo real - pelos meios de disseminação de informação como a internet, tem claramente mudado mas estas mudanças estão ainda longe de representar uma transformação radical na forma como se faz negócios e se distribui riqueza. Mas talvez o objetivo do movimento pela responsabilidade sócio-ambiental empresarial seja somente este mesmo: elevar o nível da prática empresarial a mínimos aceitáveis e esperados por toda a sociedade.

Bem... apesar de nobre e necessárias, fato e’ que estas melhorias não vão nos levar a uma sociedade onde recursos naturais se regenerem e onde todas as pessoas vivam melhor, com seguranca física, amplo acesso `a educação de qualidade e a serviços de saúde, incluindo todas as camadas da população. Para isto vamos precisar de algo mais.

E’ deste "algo mais" que a última conferência do Instituto Ethos em Agosto e as reuniões que tive em Boston em Junho trataram: qual deveria ser a próxima etapa do movimento de responsabilidade social empresarial?

Na "Conferência do Instituto Ethos - protagonistas de uma nova economia" a resposta foi: vamos discutir como as empresas podem concretamente contribuir para estabelecer uma “nova economia”, cujos pilares são o reconhecimento dos limites dos recursos ambientais, a transformação do conceito de “consumo” e a inclusão de todos que são afetados pelas atividades empresariais. O Instituto Ethos não esta sozinho nesta reflexão. A conferência das Nações Unidas “Rio +20” vem ai’ com bandeira parecida, apoiada pelos inúmeros projetos da UNEP na área de limites dos recursos ambientais e um exército de ONGs.

Nas reuniões de Boston outro aspecto desta nova fase foi explorado: podem as negócios abraçar causas que são diretamente ligadas aos seus negócios e, como conseqüência, mudar radicalmente? A bola da vez e’ a “Campbell's Soup” que decidiu colocar a redução da obesidade em 11 cidades americanas como parte de suas metas empresariais. Este comprometimento devera’ levar a empresa a redesenhar seus produtos de forma radical e todos ganham com isto.

De uma forma ou de outra, aqui estamos no's, outra vez, quebrando a cabeça para mover as empresas a serem motores da transformação que precisamos.

Será’ possível? Temos outra alternativa?

Talvez a única outra saída fosse a educação do consumidor para dar seu dinheiro somente as empresas que contribuíssem de forma clara para a regeneração dos recursos naturais e distribuição de riqueza social. Atualmente esta ainda e’ uma tarefa hercúlea ou impossível, já que para obter resposta a estas duas perguntinhas básicas a empresa precisaria medir o impacto de suas atividades de forma profunda e deveria publicar o resultado destas medidas. E para isto ainda não temos instrumentos...