segunda-feira, 31 de maio de 2010

Conferencia GRI - plenaria final - 2

Kumi Naidoo, presidente do Greenpeace Internacional, plenaria final

por Nelmara Arbex

Depois de Georg Kell do Global Compact, foi a vez de Kumi Naidoo - presidente do Greenpeace International- de fazer seus comentarios finais sobre sustentabilidade e o papel que medir e relatar pode e deve ter na proxima decada nas definicoes sobre modelos de negocios sustentaveis. Comecou dizendo: "Nem tudo o que se mede e' importante e nem tudo que e' importante sabemos medir". Falou sobre as parcerias que o Greenpeace tem com empresas - como a Coca-cola, para reducao de emissoes dos freezers distribuidos pela empresa- e disse que estas parcerias ainda nao sao suficientes. E' preciso criar o novo modelo de desenvolvimento e de negocios e ainda nao os criamos. Fez um apelo a todos para nao desistirem da agenda da sustentabilidade e lembrarem que estamos ainda no comeco desta batalha. Nao ha' outro planeta.

Angela Crooper, Diretora Executiva da UNEP, e braco direito de Achim Steiner, colocou foco nos pontos que nao tem destaque na agenda da sustentabilidade como o fato de que este sistema cria milionarios e tambem milhoes de pobres, de como a pobreza e' aceita como sistemica e natural. "Nos falhamos enquanto geracao, GDP e' o deus errado para orarmos". Ela tambem destacou o fato de nao sabemos avaliar o que realmente tem valor para a civilizacao humana.

Depois de anos trabalhando em areas ligadas a protecao dos recursos do planeta e contra a pobreza, ela pensa "o que estamos fazendo errado no campo dos projetos?". Ela acha que os projetos estao na direcao certa, e que precisamos nos engajar mais profundamente, mais persistentemente, mais corajosamente.

Finalizando a plenaria falou Mervyn King, pelo conselho da GRI. Ele comentou varios pontos altos das diversas sessoes que aconteceram durante a conferencia, especial destaque `as plenarias relacionadas com os temas das pequenas e medias empresas - algumas verdadeiramente emocionantes- e terminou relembrando os participantes que somos "transient caretakers" (zeladores passageiros) do planeta, alias titulo do seu ultimo livro. Questionou as pessoas sobre nossas atitudes diantes dos abusos que o planeta sofre "como voce reage se ve um adulto maltratando brutalmente uma crianca na sua frente? temos opcoes: ignorar e seguir nosso caminho, tentar interferir diretamente e parar aquele ato naquele momento, ou buscar ajuda e tentar garantir que aquilo nunca mais ocorra. Qual seria a sua escolha?" e depois continuou, "Assim tambem temos opcoes de como vamos agir em relacao ao planeta e `a sociedade. Como voce escolhe reagir ao que estamos vivenciando?"

E assim terminamos a conferencia internacional de
Amsterdam.

Com muito para pensar e fazer.




Teresa Fogelberg, Vice-presidente da GRI, encerrando a conferencia.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Conferencia GRI- plenária final - 1


por Nelmara Arbex

Christine Loh, da Civic Exchange, na plenaria final. Brilhante!

Depois de um show de apresentacao sobre as acoes do municipio de Amsterdam por Mareijke Vos sobre quanto e' feito para que esta cidade seja sustentavel, Christine Loh -presidente da Civic Exhange- fez uma palestra inteligente sobre como incluir o tema do consumo na agenda da sustentabilidade (o que ela chamou de elefante branco na sala da sustentabilidade). Entre outros pontos ela falou sobre a enorme importancia que a experiencia de cidades sustentaveis tem sobre a educacao das pessoas sobre o tema, mas tambem porque as cidades tem enorme impacto social e ambiental no planeta.

Depois delas seguiu Georg Kell, presidente da Global Compact. Um dos seus pontos principais foi sobre o surgimento da colaboraco entre os varios atores- no lugar do confronto - ja que a interconexao traz a necessidade de dividir melhor as responsabilidades e a coordenacao dos papeis das diferentes organizacoes. "Existe o risco que o sistema financeiro nao consiga suportar as atividades economicas do planeta. Investidores estao percebendo que o sistema atual precisa de mudancas e dai vem a esperanca".

GC e GRI comecam hoje uma parceria para que as diretrizes GRI sejam as recomendadas pela GC mundialmente. Pequena contribuicao a integracao, disse ele.

Daqui a pouco tem mais... parte 2.

Mareike Vos, "em acao" pela cidade de Amsterdam

Conferencia GRI - Integrated reporting

Por Nelmara Arbex

Na plenária de hoje, o tema é integração de relatórios, financeiros e extra- financeiros, como se diz.

Tema difícil, pois, a não ser por apresentar os dois conjuntos de dados numa mesma publicação, não se sabe ainda como integrar os relatórios de sustentabilidade com os financeiros. Como relacionar resultados financeiros e os outros impactos? Como auditar os dados de forma relacionada? Ninguém sabe.

Mas todos sabem que este tipo de análise de performance será necessária e que novos standards têm que ser desenvolvidos, em torno do GRI, nesta direção.

Organizações internacionais financeiras, auditorias, de governança corporativa e outras dizem que precisaremos de uns 10 anos para saber fazer isso. Todos concordam que não temos este tempo.

Pode GRI-G4 ser um passo nesta direção, ainda que incompleto?

comentario: veja tambem "Future Trends", pagina no site da GRI sobre o desenvolvimento deste tema.


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Conferencia GRI - Tendências

Por Nelmara Arbex

Depois de encontrar Roberto Waack e Ineke Holtzwijk no saguão principal, fui falar na sessão sobre "future trends in reporting".
Nesta sessão foi lançada a publicação The Transparent Economy, que foi elaborada por GRI e Volans (a nova organização fundada John Elkington).

A questão central era apresentar 7 tendêncas identificadas na publicação (rastreabilidade do processo produtivo dos produtos, integração de informações em vários sentidos, regulações governamentais, limites ambientais, comparações e rankings, economia ilegal) e propor a seguinte questão: todos entendemos que o que não medimos não podemos gerenciar e tampouco mudar.

Mas estamos medindo as coisas certas para provocar as mudanças que queremos?

Conferencia GRI - Ferramentas digitais e relatórios

Por Nelmara Arbex

SAP e SAS apresentaram seus produtos para apoiar empresas no gerenciamento de questões de sustentabilidade e relatórios de sustentabilidade GRI.

Estavam presentes também PE International e Microsoft, no mesmo caminho de certificarem suas ferramentas que utilizam conteúdo GRI.

GRI lançou no último ano um programa para certificação de softwares e ferramentas digitais para apoiar processos de relatórios GRI.

Fique ligado!

Conferencia GRI - GRI e auditores

Por Nelmara Arbex

O dia começou com uma reunião entre GRI e vários representantes de organizações internacionais e consultorias ligadas à auditoria de relatórios. Estas empresas estão sendo pressionadas, por um lado pela perda de credibildade ligada à auditoria de relatórios financeiros, e por outro lado pela necessidade de preparar-se para auditar relatórios com informações não-financeiras.

Pode a rede da GRI trabalhar mais perto com estas empresas para passarmos para um novo capítulo nos relatórios de sustentabilidade? Todos ganham?

Perguntas pesadas para as 7:30 da manhã...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Conferencia GRI - Plenária de abertura - surpresa!

Ernst Ligteringen, Presidente da GRI, na plenaria de abertura

por Nelmara Arbex

Somos 1.200 participantes de 77 países. Entre os brasileiros presentes estão Oded Grajew, Jorge Semek, Rodolfo Guttilla, Carmen Weingrill, Carlos Lessa Brandão, uma equipe da Report liderada por Álvaro Almeida, entre tantos outros rostos conhecidos.

Ernst -presidente da GRI- começou sua fala com a pergunta: "como relatórios de sustentabilidade vão nos ajudar a construir a nova economia sustentável que estamos desejando?" E pediu aos participantes expressarem suas opiniões sobre pontos para o programa futuro da GRI:
- Deveriam todas as grandes e médias empresas de países desenvolvidos e em crescimento acelerado publicar relatórios de sustentabilidade até 2015? (Estamos falando de cerca de 200 mil empresas)
- Deveria a GRI começar a desenvolver G4? Como?

Relatório integrado também foi apresentado por ele como tendência.
Tive a impressão que muitos não esperavam por estas perguntas. Mas achei as perguntas muito boas. Temos que pensar bem se este esforço pode trazer mudanças reais e em grande escala ou não, certo?

Rodolfo Guttilla, Carlos Lessa Brandao e Frank Kohl na plenaria