sábado, 25 de junho de 2011

1 de julho ! E’ o prazo para você dizer que energia você quer ter!



por Nelmara Arbex

Se não falarmos nada nosso dinheiro vai ser investido em mais energia poluente!

Em matéria de hoje no site do Estadão estão comentários sobre o Plano Decenal de Energia Elétrica (veja texto integral neste link) que está aberto para consulta pública ate' o dia 01 de julho.

Nesta matéria, Renne Pereira, explica que usinas como Belo Monte mudarão o funcionamento de outras usinas. Por exemplo, as usinas do sul e sudeste deverão economizar mais água para suprir o funcionamento que Belo Monte não conseguirá suprir na época de seca no Norte. E que os lagos das hidroelétricas ficarão mais secos que o normal depois de Belo Monte.

Pensei a mesma coisa que você deve estar pensando agora...: “ Depois de tanta polêmica e problemas, a usina de Belo Monte ainda vai causar outros problemas de energia?!”

Mas a parte mais interessante do artigo ainda está por vir. Ele diz que “especialistas”, como o consultor Jose Rosenblatt, dizem que a matriz de energia brasileira terá que ser completada com energia térmica para ficar mais robusta. Sabe o leitor o que significa “energia térmica” neste caso? Significa energia gerada por gás, diesel, carvão ou nuclear. Nada de energia verde ou limpa. Ele esta’ sugerindo usar formas de gerar energia como nos anos 50!

Quem será que pagam estes consultores?

Porque eles não usam seus talentos para fazerem as contas de quanta energia limpa precisamos gerar para não depender mais da suja?

Não deixe este papo passar a limpo! Informe-se! Envie emails! Vamos pedir mais energia eólica
, solar, das marés e tudo o mais que pudermos investir – do nosso suado dinheiro- em
gerar energia limpa!

Diz o documento oficial:

Art. 2o As contribuições dos agentes interessados para o aprimoramento da proposta, de

que trata o art. 1o, serão recebidas pelo Ministério de Minas e Energia até o dia 1o de julho de 2011, por meio do correio eletrônico pde2020@mme.gov.br ou para o endereço: PDE 2020 Consulta Pública - SPE/MME - Esplanada dos Ministérios, Bloco “U”, 5o andar, CEP 70065-900, Brasília-DF.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Bin Laden & Obama: por uma vida melhor?


por Nelmara Arbex

As semanas passadas foram povoadas pelas notícias da invasão do refúgio de Osama Bin Laden no Paquistão e seu assassinato. A decisão final de como a ação deveria ser implementada foi tomada por Barak Obama, presidente dos Estados Unidos, prêmio Nobel da Paz.

Ha’ vários fatores inquietantes nesta história: uma nação planeja e comanda uma ação violenta no território de outra, um criminoso e’ assassinado sem julgamento e um ganhador do prêmio Nobel da Paz lidera uma operação militar com vários mortos.

Bin Laden e Obama acabam tendo algo em comum: o desrespeito`a vida e`a convivência pacífica. E talvez também o poder de disseminar ódio e medo. Todos os pensadores e analistas são unânimes neste ponto: haverá mais reações violentas. E o sentimento de ódio contra os norte-americanos vai crescer em certas partes do mundo.

Definitivamente, um mundo mais violento não e’ o que eu desejo. E a idéia de revanche internacional me parece que pouco ajuda para a colaboração dos povos por uma vida melhor para todos.

Podem estas ações evitar futuras mortes violentas? Podem ensinar as próximas gerações como conviver pacificamente? Ou como colaborar para melhorar a qualidade de vida de todos?

O que você acha?


terça-feira, 10 de maio de 2011

Presidente do Japão abre mão do salário!



por Nelmara Arbex

Eu não elejo heróis facilmente, mas sinto que se ha' algue'm para chamar de herói no momento e’ o primeiro ministro do Japão, Naoto Kan. Ele acaba de anunciar que abre mão de seu salário ate’ que o país tenha superado a crise que se abriu com os acidentes nucleares, depois que o Tsunami atingiu aquele país. O salário dele e’ de cerca de 20.200 dolares por mês.

Ele ainda disse que vai mudar radicalmente a política energética do país e planejar fontes de energia renováveis.

Os recente acidentes nucleares foram classificados como “pior possível acidente” (GAU level) na escala internacional de possíveis catástrofes nucleares. Uma região enorme do país permanecera' evacuada por centenas de anos.

Imagina se a moda pega e uma febre japonesa de responsabilidade e honra tomasse conta de nossos governantes municipais, estaduais e federais? Ou de nosso administradores públicos de hospitais, escolas, etc.?

Uau!

Outra lição diretamente do Japão, depois de ensinar que :
1. não ha’ energia nuclear segura, nem que o controle de qualidade seja japonês
2. que temos que encarar com honra e humildade os desafios que temos que enfrentar, e pensar no futuro que pode ser reconstruído melhor do que era antes

E finalmente:

3. Governantes podem e devem demonstrar que entendem sua responsabilidade quando sua gestão falha em proteger os direitos dos cidadãos.

Nada mal, hein?

Infelizmente são catástrofes e suas reações que nos lembram quanto de responsabilidade estes lideres realmente carregam sobre a definição do nosso futuro comum.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Videozinho de Harvard para a sua Pascoa!





por Nelmara Arbex

Passei mais uma semana envolvida em discussões e planos sobre: o futuro das medidas dos impactos dos negócios O que medir, como e para que?

Tema antigo e cheio de armadilhas. De fato sabemos que empresas são as mais transparentes das organizações ja' criadas, apesar de todas as críticas. Mas apesar de medirem muito, não monitoram necessariamente os aspectos mais críticos de suas operações, e/ou não usam os dados que tem para tomar decisões criticas nos negócios. Nem nos cidadãos os usamos.

O que fazer?

Ajudaria se transformássemos todos os impactos – como a poluição ou o desaparecimento de uma espécie – em um valor financeiro?

Hum... depende. Esta é uma forma muito prática mas muito restrita. Combina com nosso jeito de pensar e como nossa cabeça funciona, mas na verdade tem limitações sérias que precisam ser cuidadosamente analisadas.
Sobre estes pontos falei no final do ano passado aos estudantes de Harvard, que gravaram parte do papo num video curtinho. Se quiser saber mais de uma olhada neste link.

Saio de ferias por duas semanas. Se ficar com saudades, de uma olhada neste videozinho, que tem la' a sua graça...ahahah!


Boa Pascoa!





domingo, 10 de abril de 2011

Com que vamos temperar aquele peixinho do mar?



por Nelmara Arbex

Um grupo de cientistas e curiosos resolveu investigar quanto material plástico esta’ mesmo esparramado pelos oceanos e nossas belas praias e quanto deveríamos ficar preocupados. Este trabalho foi resumido neste programa de TV.

Claro que em tempo como os nossos logo pensamos que a noticia vai ser ruim, já’ que de alguma forma temos a sensação de que já poluímos tudo.

Isto mesmo. Coletando areia de praias do equador aos pólos descobriram que misturado na areia, como se fossem grãozinhos, estão – sempre, sem exceção –micro partículas de plástico. Plástico com o tempo vai se “quebrando”, o que significa que com o tempo vai se transformando em pedaços bem pequenininhos. Mas na verdade hoje sabemos que estes pedaços jamais se integrarão `a natureza e assim devem ser considerados como micro lixo.

Se a areia esta assim, como esta’ a água? E os animais?

A água esta do mesmo jeito ou pior. Num artigo anterior neste blog acompanhei a denúncia de que ha’ um ilha de plástico no meio do Oceano Pacífico do tamanho da Alemanha. Parte da missão do barco Plastiki era de denunciar este absurdo. Mas a coisa vai bem além disto, animais marinhos e não-marinhos (como aves aquáticas por exemplo) estão se alimentando do plástico, morrendo por causa disso ou, talvez pior, não morrem mas chegam`a nossas mesas cheias de micro plástico em seus tecidos "bem temperados". Outra descoberta e’ de que alguns animais se desenvolvem somente em um gênero (macho ou fêmea) porque a molécula do plástico reage com suas químicas imitando moléculas de hormônios.

A maior sacada do trabalho destes grupos e’ a conclusão: não seria tão difícil assim não deixar o plásticos chegar aos oceanos! O que precisamos seria deixar de produzí-lo para itens desnecessários (se e’ desnecessário, porque mesmo estamos produzindo...?) e mante-los sempre no ciclo das coletas de lixo e longe do caminho das chuvas e rios, que desembocam no mar.

O plástico, ainda em grandes pedaços, e' facílimos de coletar!

Que bom!

E pense nisso quando pensar que o saquinho do mercado e’ só mais um. O plástico que acompanha ou são bens de consumo são considerados hoje a segunda maior contaminação química do planeta (aparentemente perdem para a contaminação das nossas químicas cotidianas e industriais) e não devem ter futuro.

O material plástico e’ considerado a maior descoberta da nossa civilização, junto com outras grandes sacadas, como o motor elétrico, por exemplo. Sem material plástico ha’ muitos confortos que não teríamos, como a condução da energia elétrica, pelos fios e cabos encapados por material plástico e as capas de chuva. Assim como se tornou material milagroso em alguns procedimentos médicos. Mas também, marca da nossa época, exageramos na produção e no consumo e criamos uma bomba.

Não tem muito mais o que dizer, esta atitude sustentável esta’ fácil: Evite o “plástico cotidiano” com toda a convicção que você possa fazê-lo! E meia-batalha estara’ ganha!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Contra a violência estúpida: comunidade no controle!

por Nelmara Arbex

No meio de notícias sobre a catástrofe de Fukushima e a rebelião democrática nos países árabes, vejo uma notícia com cheiro de notícia cotidiana chocante, que me chama a atenção na TV inglesa BBC: um homem de 35 anos e uma menina de 5 anos foram baleados por acaso num subúrbio no sul de Londres.

Fiquei chocada! Parecia coisa de São Paulo ou Rio, ou das cidades africanas, ou dos confrontos palestinos, mas nada a ver com a cidade super agitada e super civilizada que eu conheço. Uns 10 policiais cercaram o local e estão –literalmente- de joelhos buscando qualquer indício dos criminosos. Uma dedicação de dar gosto a brasileiros como no’s, desacostumados a esta demonstração de interesse em resolver uma caso destes . O repórter explica que uma família estava numa pequena loja quando 3 adolescentes negros entraram, mas estavam sendo perseguidos por outros 3 de bicicleta que, armados, atiraram dentro da lojinha e acertaram no homem e na menina.

O repórter fala com as pessoas do bairro que passam por ali e pergunta como elas se sentem, do mesmo jeito que fazem os repórteres da TV no Brasil, por exemplo falam com uma senhora negra acompanhada de sua filhinha, disse que estava muito assustada, e depois fala com outro passante, um homem quase branco, de cerca de 40 anos, que olhou para a câmara e disse algo que mudou meu dia:

- - " " A comunidade odeia isto. Aqui vai nosso recado para estes caras, eles devem se entregar para a polícia porque se a comunidade colocar a mão neles, vai ser muito ruim para eles!"

Fiquei ali parada e pensei como este cara era inteligente! Pense bem: ele mandou um recado para os criminosos ficarem com medo de aparecerem por ali, ele não se comprometeu feito um machão dizendo que ele pessoalmente se vingaria e ainda por cima fez um chamado a comunidade para ficar alerta.

Adorei!

Porque se tem uma pergunta que me faz pensar horas e’ como vamos achar uma forma inteligente, não violenta, de parar a violência urbana imbecil e armada?

Talvez a resposta seja mesmo algo assim: a comunidade -sem rosto- no controle!


quarta-feira, 16 de março de 2011

Brasil: preparado para fazer 55 Angras e evacuar por uns 250 anos?

foto: explosão em Fukushima, Japão

por Nelmara Arbex

O Brasil esta planejando 55 novas usinas nucleares, segundo a Petição Pública publicada ontem. O que voce acha disto? O mundo acha que estamos loucos.

Ha' dois dias, a respeitada revista “Der Spiegel”, onde vários partidários da energia nuclear trabalham como analistas e editores, anunciou ontem em sua edição especial que “Fukushima marca o fim da era nuclear”.

A primeira matéria de uma seqüência que explica como os acontecimentos no Japão fizeram o governo alemão rever rapidamente sua política de permissão de funcionamento de suas usinas nucleares, iniciando assim uma discussão que levara' ao fechamento de várias usinas em funcionamento. Ja' ontem, 15 de marco, a Alemanha anunciou que sete usinas estao sendo fechadas, aquelas que foram inauguradas antes de 1980. (Qual e’ mesmo a idade da alemazinha “Angra”? Isto mesmo, e’ ainda um pouco mais velha.)

A decisão do governo alemão foi tomada rapidamente, abalados pelo desamparo que o Japão demonstra diante das catástrofes nucleares ocorridas, num país considerado excelência em segurança. E claro que a opinião pública e a proximidade de eleições contam, mas os infinitos e profundos debates na TV demonstram a seriedade do tema num país onde 17 usinas geravam 25% da energia do país.

O efeito domino’ que esta política causara' em toda a Europa e’ ainda difícil de imaginar, mas as dúvidas em medidas de seguranças são tão grandes que são suficientes para a revista anunciar "o fim da era nuclear", tamanho o desastre que mesmo as usinas mais seguras podem causar.

E no Brasil? "Nem pensar!" Como declarou o governo ontem.

No Brasil vamos orar a todos os santos que protejam Angra. Pois, claro, estamos super preparados para evacuar a região de Angra a qualquer momento e abandonar a área por uns 250 anos... sem problemas... Venhamos e convenhamos, precisamos tanto desta energia que o risco vale a pena. Vamos manter todas funcionando a todo vapor, certo?

Mais do que isto, estamos planejando 55 novas usinas!

Difícil expressar minha opinião diante de tanta irresponsabilidade das autoridades brasileiras. Este e’ um risco de dimensões inimagináveis. Não e’ como devastar uma floresta, ou destruir rios e ecossistemas inteiros, e’ muitíssimo maior que isto.

Vou assinar a Petição Pública e tudo o mais que puder fazer contra esta irresponsabilidade sem tamanho. Saiba mais sobre campanhas no Brasil - aqui.