por Nelmara Arbex
Observo as crianças indo
sozinhas de bicicleta para a escola. Para mim, em qualquer lugar do mundo, um
símbolo de uma sociedade sem violência. Ou quase...
Poucos temas me deixam mais
preocupada do que a violência. Em geral. Violência de estado, violência contra
mulheres, contra crianças e homens. Tema quente no dia da mulher em todo o
mundo. E especialmente penso nos mecanismos que tentam fazer com que todos
no's – pobres e ricos – nos acostumemos com ela.
Quanto desta crescente
violência pode mesmo estar ligada com: convivência regular com extrema
violência (como e’ o caso de alguns psicopatas, policiais e criminosos) e com a
percepção de que não ha’ mais outra saída (como o caso dos terroristas e parte
do crime organizado)? Quantas pessoas – em todo o Brasil – estão nestes
grupos? 10 mil? 100 mil pessoas?
Mas também penso nesta
massiva comunicação banalizando a violência. E banalizando a punição `a
violência.
Não, tortura não e’ normal,
como os filmes mostram. Não, estupro não e’ normal (e estes que pensam em
argumentar que a mulher provoca ato tão brutal deveriam ser castigados com 50
anos de abstinência). Não, espancar homossexuais não e’ normal. Matar a sangue
frio também não e’ normal. Não, carregar armas não e’ normal e so’ ajuda
o vendedor de armas.
Eu me recuso a me acostumar
com isto e acho que você também não deveria.
Você quer saber quanto
desta banalização esta’ penetrando no seu cotidiano sem que você “se dê conta”?
Faça o seguinte
teste: troque o programa de TV (ou o filminho na internet) se alguém (mulher ou
criança ou homem) for humilhado, fisicamente ameaçado, baleado, torturado,
abusado, ou tratado de alguma forma violenta. Faça o mesmo se aparecer uma arma
de grande ou pequeno porte. Tente este exercício por uma semana ou um mês.
Eu fiz isto e fiquei
impressionada e surpresa com o resultado.
Feito o teste, pense: esta' na hora de parar
esta banalização? Se a sua resposta for SIM, fique feliz porque esta
decisão e’ bem fácil de implementar. Escolha melhor o filme e o programa da TV...
e conte para seus amigos.