domingo, 10 de março de 2013

Você banaliza a violência? Faça o teste!


por Nelmara Arbex



Observo as crianças indo sozinhas de bicicleta para a escola. Para mim, em qualquer lugar do mundo, um símbolo de uma sociedade sem violência. Ou quase...

Poucos temas me deixam mais preocupada do que a violência. Em geral. Violência de estado, violência contra mulheres, contra crianças e homens. Tema quente no dia da mulher em todo o mundo. E especialmente penso nos mecanismos que tentam fazer com que todos no's – pobres e ricos – nos acostumemos com ela.  

Quanto desta crescente violência pode mesmo estar ligada com: convivência regular com extrema violência (como e’ o caso de alguns psicopatas, policiais e criminosos) e com a percepção de que não ha’ mais outra saída (como o caso dos terroristas e parte do crime organizado)?  Quantas pessoas – em todo o Brasil – estão nestes grupos? 10 mil? 100 mil pessoas?

Mas também penso nesta massiva comunicação banalizando a violência. E banalizando a punição `a violência.

Não, tortura não e’ normal, como os filmes mostram. Não, estupro não e’ normal (e estes que pensam em argumentar que a mulher provoca ato tão brutal deveriam ser castigados com 50 anos de abstinência). Não, espancar homossexuais não e’ normal. Matar a sangue frio também não e’ normal.  Não, carregar armas não e’ normal e so’ ajuda o vendedor de armas.

Eu me recuso a me acostumar com isto e acho que você também não deveria.   

Você quer saber quanto desta banalização esta’ penetrando no seu cotidiano sem que você “se dê conta”?

Faça o seguinte teste: troque o programa de TV (ou o filminho na internet) se alguém (mulher ou criança ou homem) for humilhado, fisicamente ameaçado, baleado, torturado, abusado, ou tratado de alguma forma violenta. Faça o mesmo se aparecer uma arma de grande ou pequeno porte. Tente este exercício por uma semana ou um mês.

Eu fiz isto e fiquei impressionada e surpresa com o resultado.

Feito o teste, pense: esta' na hora de parar esta banalização? Se a sua resposta for SIM, fique feliz porque esta decisão e’ bem fácil de implementar. Escolha melhor o filme e o programa da TV... e conte para seus amigos.

domingo, 3 de março de 2013

“ A verdade sobre mulheres e chocolate”



por Nelmara Arbex


Com este titulo convidativo e um vídeo provocador a OXFAM quer chamar a atenção das mulheres (e homens) para tomarem a frente de uma campanha global e chamar “na chincha” as maiores produtoras de alimento. 

A campanha e' a reação da OXFAM `a conclusão de um estudo bem feito que mostra que as maiores empresas de alimentos processados não implementam nem um décimo do que dizem  na área ambiental ou social, e claro, as condições de trabalho e geração de renda das pessoas ligadas a estas cadeias de negócios são péssimas.

 Esta' tudo bem explicadinho no site da OXFAM . Voce pode checar o resultado da pesquisa e saber como estas empresas fazem negócios.  Estamos falando da Nestlé, Unilever, Coca-cola, Danone, Keloggs e outras empresas. Todas elas com marcas bem presentes no dia-a-dia do consumidor de supermercados.

A OXFAM foi fundo e preparou um relatório público baseado em analises e fatos reais e conclui que a indústria de alimento e’ aquela que mais poderia trazer benefícios para as pessoas e para o planeta e esta' longe de onde poderia estar... Mas da' para mudar. As soluções são conhecidas, realistas e podem fazer muita diferença para a saúde dos milhões de obesos e para a saúde da sociedade e do planeta.

 Confira! No site pode-se clicar sobre a marca e ver quanto cada uma delas esta' longe de onde deveria. 

No final do estudo (publicado no site) estão 10 propostas de acão imediatas para as empresas. Veja no estudo o mapa do mundo marcando o Brasil como parte importante da cadeia global de alimentos. Quem sera' que esta' pode influenciar o resultado do estudo no Brasil?

Vale a pena mostrar que no Brasil estamos ligados também.
Participe! Conte para seus amigos!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Brasil sem violência? Va’ ver “The Gatekeepers” !




por Nelmara Arbex


Continuando  a conversa sobre temas difíceis, sobre o  Brasil que queremos.

Domingo frio em Amsterdam. 1:15 da tarde. Fui ao cinema ver um filme/documentário cujo trailer na TV me deixou inquieta. O prédio do cinema e’ novo e lindo (The Eye). O cinema lota com idosos e jovens. Sorte que comprei o ingresso de manhã, não imaginava... 200 pessoas ocupam todas as cadeiras deste cinema a esta hora para assistir “The Gatekeepers”.

Saí do cinema meio bamba, meio sem fala. E chego `a conclusão de que este filme pode ser o filme mais importante do século. Falo sério!

Nele são entrevistados os últimos 6 chefes de segurança do estado de Israel.  Estes são os caras que não são “bonzinhos”, nem “pacifistas”, nem estão pensando "num mundo melhor".  Estes são os caras que – junto com o exercito de Israel (o mais bem armado do planeta) - mantém o jogo rolando. 

O "jogo" e’ manter 4 milhões de palestinos sob controle por 50 anos (eles eram 1 milhão na década de 60 quando tudo isto começou) e por 50 mais pois não ha' outro plano. Isto deve ser feito sem dar-lhes nenhuma esperança de futuro ou de melhorias. Isto e’ feito usando, entre outros artificios, a mais avançada tecnologia para localizar indivíduos perigosos e matá-los cirurgicamente, “via satélite”. Você pode ver tudo isto no filme.

As conclusões destes caras são profundas, simples e impressionantes. Valem para todo cidadão do planeta. E valem muito para quem quer uma sociedade sem violência, tolerante, e que vai ter que achar um jeito pacifico de conviver e dividir os recursos entre todos. 

Podem as atuais guerras e violência – urbanas,  rurais ou de estado - gerar paz?

A resposta destes senhores e’: Não!

Somente a criação de  “confiança mutua por longo período gera paz, e isto não se cria com armas”.

Não perca! O filme e a oportunidade de reflexão que ele oferece para nos brasileiros e o futuro que queremos.

Se você pensa que o futuro deve ser igualitário, desarmado e pacifico, como eu, vamos ter que lidar com a pergunta:  Como vamos conseguir isto? Quem trabalha por isto neste momento? 

Que bom que o cinema estava LOTADO!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Planos para um Brasil “sustentável”? O tema do blog de 2013.




por Nelmara Arbex


Se você, como eu, é um cidadão comum preocupado com o presente e futuro do país, e se você tem uma coisa dentro de você que diz que ninguém sabe bem onde estamos e para onde vamos, acho que esta na hora de olharmos em volta e descobrir: quem esta definindo os rumos/ a vida no Brasil de hoje e quem esta’ fazendo os planos para o nosso futuro.  

Talvez você, como eu, acha que tem uma idéia de quem toma as decisões hoje. Sera'?
E o modelo que estamos bolando para garantir nosso futuro?
Faça um teste: vá ao Google e escreva “Brasil sustentável”, escolha “textos do último ano” e de uma boa olhada no resultado.

Quem esta decidindo o modelo para um Brasil sustentável? 

CBEDS  e as empresas?


O que você acha? São os temas do seu interesse? Você foi convidado para a conversa? Vai se convidar? Acha que este e’ um tópico para especialistas...? Pense outra vez!

Violência urbana,  qualidade da comida,  energia limpa,  o novo ipad, acesso a educação e lazer,  diversidade religiosa,  consumo, sistemas de transporte,  modelo de crescimento econômico, proteção da biodiversidade,  estruturas de poder e corrupção,  copa do mundo, todos estes são temas para um cidadão e um sociedade sustentável. E eles estão interconectados!

Vamos falar disto?

Ate’ o próximo post!


foto: capa de documento preparado e publicado pela E&Y Brasil em 2010.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

De volta em 2013!




Bubbio: cidade sem transgênicos, no norte da Italia

O que e’ que o Brasil quer ser?

O blog está de volta! Parei em 2012 para pensar em como deverão ser os relatórios de sustentabilidade nos próximos 10 anos (definindo o G4), mas também para dar uma olhada por aí – Austrália, Estados Unidos, Índia, Inglaterra, Adu Dahbi, WEF-Dubai, Rio+20... – e pensar no papel do Brasil neste contexto insustentável.

O Brasil e’ mencionado como um exemplo de país com índice positivo de “desenvolvimento” movido a energia limpa, um país que tem projeto para tirar a população da pobreza e ser uma estrela no céu do mundo da democracia, principalmente depois das últimas grandes decisões contra a corrupção pelo Supremo Tribunal. Mas também e’ considerado violento,  o governo –que deixa uma quantidade incomensurável de armas serem distribuídas pelo país- e os que usam e distribuem estas armas; desrespeitador de direitos humanos de todos –mulheres, indígenas, jovens, cidadãos urbanos; devastador de florestas e  completamente ignorante por não proteger seu potencial de produtor não transgênico. E assim poderia continuar com uma lista de contradições...

“O que e’ que o Brasil que ser?”, me perguntam.

E’ mesmo possível que este país quer somente crescer usando o modelo mais ultrapassado possível? Um modelo “industrial desenvolvimentista”? O modelo do quanto mais se produz e se consome, melhor, mesmo que para isto nos transformemos em terra arrasada ambiental e socialmente?

Quais são as alternativas possíveis? Que papel temos nos cidadãos nesta conversa?

Temas para 2013... 

domingo, 13 de novembro de 2011

Quem define qual o nível de pobreza aceitável `a nossa volta?




por Nelmara Arbex

Com certeza não são os miseráveis que definem o nível mínimo de pobreza e condições de vida aceitável `a nossa volta.  Poucas vezes na história eles o fizeram. São os mais ricos que decidem. São eles/no’s que podem se articular e mover amigos, prefeitos e a câmara para impedir que a as condições de vida dos mais pobres desça a níveis desumanos. Mas eles, os mais ricos, nem sempre o fazem.  Mas quando o fazem, ...o mundo muda...

Acabo de voltar da Índia.  Uma semana cheia. A última vez que estive la’ foi em 2008.  Desta vez no programa estavam Mumbai, Kolkata, Delhi. A agenda cheia de reuniões e eventos sobre relatórios de sustentabilidade e sobre iniciativas governamentais para promover transparência na gestão empresarial indiana.

Impossível  não notar a miséria presente em todas as grandes cidades. E a sujeira também. Muita gente literalmente acampada nas ruas.

Mas Delhi mudou. A cidade se transformou completamente desde 2008. Totalmente limpa.  Quilômetros de canteiros e calcadas pintados e cuidados. As avenidas tem pista demarcada e o eterno buzinar caótico dos carros, contra tuc-tucs, caminhões e animais na contra-mao, quase desapareceu. Crianças, idosos e deficientes aparecem raramente nos sinais pedindo comida ou dinheiro.  Um aeroporto de deixar qualquer um de queixo caído, faz Guarulhos parecer um aeroporto de fazenda.

A cidade conta hoje com cerca de 17 milhões de habitantes. 9% deles – cerca de 1,5 milhão - abaixo da linha da miséria urbana. Muito abaixo. Ainda assim esta’ em muito melhor situação que o resto da Índia, que tem cerca de 27% de seus 1.2 bilhões de habitantes praticamente mendigos.

Os hotéis de luxo são enormes, com restaurantes sofisticados e jardins, pessoas de todo o mundo atravessam os saguões: árabes, chineses, europeus,  de todos os credos e todas as cores. Nestes ambientes tudo cheira a planos, a negócios e a futuro.

O motorista do taxi que me leva ao aeroporto de Delhi me conta que 5 imensos hotéis 5 estrelas estão planejados e devem inaugurar no próximo ano.

Os prédios do governo estão caindo aos pedaços. A poluição continua,  a poeira, o cheiro defumado, matéria orgânica em decomposição e... claro que a pobreza também. Mas a transformação da cidade tem muito a dizer. Principalmente comprova que quando os mais ricos se organizam muito se pode mudar.

Eles se organizaram e decidiram mudar a cara da cidade. Por que isto ajuda eles a ficarem mais ricos. Miséria brotando nas ruas e nas calcadas não e’ bom pra ninguém. Quando vamos no's -paulistas, cariocas, gaúchos, maranhenses, paraenses, mineiros, pernambucanos e tantos outros - os mais ricos decidir mudar o nível mínimo de miséria que vamos aceitar no Brasil?




domingo, 30 de outubro de 2011

Star Wars bem humorado: Volkswagen X Greenpeace!



por Nelmara Arbex

Se você tem um Volkswagen OU adora campanhas bem-boladas OU e’ um fã de guerras nas estrelas OU se importa com o aquecimento global...
Vale a pena dar uma olhada nestes filminhos super sacados da Volkswagen lançando seu carro novo, e nas respostas do Greenpeace. 5 minutos. Uma delícia de “debate”.

O ponto e’ chamar a atenção do consumidor e da sociedade para uma enorme pisada na bola que a empresa esta’ dando: não quer se comprometer com as metas de redução de emissão de CO2.

Fique alerta, boicote e divirta-se!