por Nelmara Arbex
Nem a presenca de Marina Silva esta servindo para fazer uma discussao publica do quanto nosso presente e futuro dependem de politicas ambientais e planejamento do desenvolvimento rural/florestal/urbano. Na minha opiniao o tema esta sem foco estrategico, sem pimenta e sem "um pensar grande". E o tema e' critico, mesmo que nao falem dele.
Para comecar, de uma olhada no site ECOA que apresentou um pequeno resumo do que os candidatos falaram sobre as questoes ambientais quando abordados pelos jornalistas do Jornal Nacional entre os dias 10 e 12 de agosto. Ou va ao site "Noticias Agricolas" para um resumo ddas propostas dos principais candidatos na area ambiental. De uma olhada no papo fraco, fraquissimo para a importancia estrategica que o tem e tera' no Brasil nos proximos anos.
No dia 15 Marina Silva foi ao Forum Amazonia Sustentavel e mencionou a falta de politicas estrategicas nesta area e criticou o projeto de Belo Monte. Fala-se da preservacao da floresta, ou de mudancas climaticas, como se fosse algo que nao esta ligado ao nosso cotidiano de frota semi-movida a diesel, gas natural e gasolina, nem de queimadas...
Na minha humilde inquietacao fico pensando em questoes bem mais cabeludas:
Que tal discutirmos se deveria o Brasil continuar a planejar a exploracao do petroleo na regiao do pre-sal, a 7000 metros de profundidade, onde nenhum equipamento podera ser consertado por causa da altissima pressao? So para lembrar que esta em risco o litoral de Santa catarina ao Espirito Santo, num pais onde 80% de sua populacao vive a 200 km da costa.
Tudo isto para o Brasil ser auto-suficiente em petroleo. Queremos ser auto-suficientes em Petroleo?
Ou queremos usar os impostos para investirmos em outro tipo de energia limpa?
Queremos que a Petrobras capte recursos com investidores internacionais para o pre-sal ou para um mega projeto educacional para contruir no pais grandes centros de aprendizado tecnico formando a nova geracao planetaria de especialistas em producao de energia limpa, possibilitando uma grande virada nesta area? E na area da educacao brasileira?
Queremos mais energia nuclear? Ou menos? O que vamos fazer com o lixo atomico?
Ou que tal comecarmos a falar sobre quanto territorio queremos planejar para o crescimento urbano, para plantacoes rurais e para florestas? Ou podemos deixar nossos centros urbanos crescerem como Sao Paulo, que traga agua desde 300 km de distancia para poder existir? Ou podemos desmatar para plantar graos se os precos forem bons? Vamos destruir biomas se pagarem bem?
Por que o Delfim Netto acha "uma indecencia" dizer que o Brasil e' o maior devastador de florestas da atualidade? (Leia na revista Carta Capital - 25 agosto 2010) Somos? Nao somos? Podemos continuar como estamos?
Ou ainda - quanto de produtos agricola vamos seguir exportando, junto com o uso intensivo da agua que esta embutida nesses processos produtivos? Quais impactos ambientais devemos gerenciar se conctinuamos a fazer isto? e se aumentarmos o plantio de sementes geneticamente manipuladas?
Vamos discutir qual conhecimento tecnico o Brasil deve adquirir nos proximos 5-10 anos para podermos estarmos preparados para um futuro - do pais e do planeta - que precisara de inovacoes e novas tecnologias ambientais? Quantos tecnicos(as) devemos formar nestas novas area? Podemos planejar para isto?
Podemos planejar ter agua potavel e saneamento basico para todos os brasileiros? Pra quando?
Pois e'... nesta minha fantasia... temas grandes e quentes nao faltam para serem discutidos.
ps1: o Diario de Natal do dia 30 de agosto considerar que o tema nunca esteve tao popular como nesta eleicao.
ps2: Em agosto SOS Mata Atlantica lancou para debate com os candidatos uma plataforma de propostas de protecao aos principais biomas.
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