por Nelmara Arbex
Pouca gente sabe que os peixes são praticamente os últimos animais selvagens que comemos cotidianamente. Há peixes crescendo em cativeiros e há outros animais selvagens que comemos ocasionalmente, em situações extraordinárias, mas nenhum desses casos pode se comparar com os bilhões de toneladas de peixes consumidos no Brasil e no mundo todos os dias.
Num artigo fantástico, o jornal alemão Die Zeit de 11 de fevereiro apresenta uma série de dados importantes, especialmente para os fazedores de políticas públicas (clique na imagem da mate'ria do Die Zeit. Genial.)
Até 2015, a União Europeia pretende restabelecer os níveis de pesca do Atlântico norte a níveis “estáveis”. Hoje, de 54 espécies mais utilizadas comercialmente, somente 3 não estão ameaçadas. Vários tipos de bacalhau estão ameaçados, assim como vários tipos de salmão e sardinha. Mas ainda com luz verde estão o bacalhau do Oceano Ártico e do Pacífico, a sardinha do Atlântico. Vale a pena saber de onde vem o peixe sobre o nosso prato.
Além desta informação prática, para uso de qualquer consumidor, os dados mais interessantes vêm de uma comparação econômica-sócio-ambiental entre a indústria pesqueira e a atividade pesqueira exercida por pescadores em pequenos grupos – descrita como “David e Golias” –, já que a pesca por pequenos atinge melhor todos os objetivos verificados.
- O custo por posto de trabalho é 100 vezes menor na pesca não industrial
- A pesca não industrial emprega 12 milhõs de pessoas e a industrial 0,5 milhão
- A quantidade de pesca anual é a mesma: 30 milhões de toneladas
- A pesca industrial utiliza 37 milhões de toneladas de combustível contra 5 milhões de toneladas na não industrial
- A pesca industrial devolve mortos ao mar de 8 a 20 milhões de toneladas de peixes, enquanto a não industrial devolve quase nada.
Perguntas?
Vamos falar disso nas próximas eleições?