terça-feira, 30 de março de 2010

Brasil cheio de oportunidades

por Nelmara Arbex

As férias no Brasil se foram. Foram muito boas.

Teria muito o que contar, das praias, das estradas, do interior, das áreas de proteção ambiental, da reunião de lideranças com Kumi Naidoo, do Greenpeace, dos projetos novos que vejo amigos descreverem, das universidades contratando, das crianças crescendo, das ideias se multiplicando.

Viajo de volta a Amsterdã pensando como este país está cheio de oportunidades. E como o tempo urge.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Brasil cheio de vida

por Nelmara Arbex

Estou de férias no Brasil pelas próximas 2 semanas.

Vim por muitas razões, mas também para lançar este blog e este site, neste Dia da Mulher, mas eles não estão prontos. Que pena!

Bola pra frente.

Os papos são ótimos. Sempre tem muita coisa acontecendo, em todos os campos: os amigos renovam suas vidas, alguns passam por fases mais duras, outros por fases mais moles. A cidade de São Paulo parece mais limpa, mas continua sendo – depois destes vários anos de viagens – a cidade mais feia e mal feita que conheço.

Mas aqui mora boa parte do meu coração paulista, junto à minha família, aos meus amigos, aos colegas, à gente tão batalhadora e incansável. Que vão dançando suas coreografias num cenário de comida boa, campanhas eleitorais, de muitos projetos destruidores do nosso capital brasileiro, de muitos projetos inovadores e restauradores deste capital.

Não vejo a hora de lançar o site e conectar-me a esta gente!

domingo, 7 de março de 2010

Michael Jackson – ambientalista?

por Nelmara Arbex

Assisti o filme sobre Michael Jackson “This is it!”. Adorei saber mais sobre sua forma de trabalhar, de liderar projetos enormes, como os seus shows e discos. Além da força criadora musical, não sabia muito dele.

Escutei com atenção, quão pessoal seus temas e shows eram. Mas foi a fala comovida sobre a destruição do planeta e sobre o fato de termos talvez “uma chance” que mais me surpreendeu. Acho que nunca tinha reparado neste seu jeito de ambientalista…

sábado, 6 de março de 2010

Advogado de animais

por Nelmara Arbex

O nome dele é Patrick Giger, tem 34 anos, é advogado e suíço. Seu último cliente foi um peixe – uma vítima. Ele é o mais famoso advogado na área de direitos animais no mundo.

A lei suíça de direitos animais – publicada em 2008 – só protege animais vertebrados. Este advogado acha isso um erro.

Peter Singer – o autor do livro mais importante para o inicio do movimento em defesa dos direitos dos animais, Libertação Animal – comemora os avanços suíços.

Eva Waiblinger, uma zoóloga que trabalha para a organização suíça de proteção aos animais, considera tudo isso uma vitória dos animais e conclui: “Se eu fosse uma galinha, eu gostaria de viver na Suíça”.

Deu no The Guardian, agora em março de 2010.

Plastiki – poluição oceânica


por Nelmara Arbex

“Não aguento mais a mídia falar sobre as catástrofes que estamos provocando, precisamos de soluções! E a bordo deste barco há muitas!”. Assim fala o líder do projeto Plastiki, o milionário David Rothschild, para o repórter do jornal semanal alemão Die Zeit de hoje. Plastiki é um catamarã feito de 12.500 garrafas de PET. Esse barco viajou de São Francisco (EUA) até Sidney.

Na tripulação de seis pessoas, estão um especialista em construção sustentável de barcos e a capitã, uma inglesa de 30 anos - Jo Royle. Um dos focos deste projeto é chamar atenção para a Eastern Garbage Patch, uma ilha de lixo do tamanho do continente centro-europeu no meio do Oceano Pacífico. Em geral, o tema é a poluição oceânica, também apresentada recentemente no filme Plastic Planet.

As soluções sobre as quais fala Mr. Rothschild são, por exemplo, a utilização de cola marítima feita a base de castanha de caju e açúcar, as baterias solares do barco, que são super leves, entre outras novidades.

Está nos planos do ativista bolar uma ação coordenada global envolvendo Google, MySpace e Facebook. Bem pensado! Mas temos pressa, não? Vamos ter esperar a viagem acabar?

A viagem do Plastik pode ser acompanhada pelo web site do projeto.

terça-feira, 2 de março de 2010

Peixes ameaçados de extinção

por Nelmara Arbex

Pouca gente sabe que os peixes são praticamente os últimos animais selvagens que comemos cotidianamente. Há peixes crescendo em cativeiros e há outros animais selvagens que comemos ocasionalmente, em situações extraordinárias, mas nenhum desses casos pode se comparar com os bilhões de toneladas de peixes consumidos no Brasil e no mundo todos os dias.

Num artigo fantástico, o jornal alemão Die Zeit de 11 de fevereiro apresenta uma série de dados importantes, especialmente para os fazedores de políticas públicas (clique na imagem da mate'ria do Die Zeit. Genial.)

Até 2015, a União Europeia pretende restabelecer os níveis de pesca do Atlântico norte a níveis “estáveis”. Hoje, de 54 espécies mais utilizadas comercialmente, somente 3 não estão ameaçadas. Vários tipos de bacalhau estão ameaçados, assim como vários tipos de salmão e sardinha. Mas ainda com luz verde estão o bacalhau do Oceano Ártico e do Pacífico, a sardinha do Atlântico. Vale a pena saber de onde vem o peixe sobre o nosso prato.

Além desta informação prática, para uso de qualquer consumidor, os dados mais interessantes vêm de uma comparação econômica-sócio-ambiental entre a indústria pesqueira e a atividade pesqueira exercida por pescadores em pequenos grupos – descrita como “David e Golias” –, já que a pesca por pequenos atinge melhor todos os objetivos verificados.

  • O custo por posto de trabalho é 100 vezes menor na pesca não industrial
  • A pesca não industrial emprega 12 milhõs de pessoas e a industrial 0,5 milhão
  • A quantidade de pesca anual é a mesma: 30 milhões de toneladas
  • A pesca industrial utiliza 37 milhões de toneladas de combustível contra 5 milhões de toneladas na não industrial
  • A pesca industrial devolve mortos ao mar de 8 a 20 milhões de toneladas de peixes, enquanto a não industrial devolve quase nada.

Perguntas?
Vamos falar disso nas próximas eleições?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Jantar e sustentabilidade

por Nelmara Arbex

Depois de uma reunião com gente experiente de organizações internacionais que trabalham no campo da sustentabilidade, para a qual estava convidada, fomos eu e os respeitados colegas jantar juntos.

Papos interessantes depois de um bom dia de discussões sobre os desafios atuais e futuros nesse campo, e o papel de organizações como as nossas.

No cardápio do restaurante, havia 3 opções: carne de vaca, peixe e prato vegetariano. Depois de meia hora recheando nosso tempo com conversas cheias de curiosidades pessoais, chegam nossos pedidos. E, para minha surpresa, 80% dos pratos eram a carne de vaca!

Ninguém precisa ser um especialista em sustentabilidade para saber que a carne de vaca é a proteína de maior impacto planetário. Para produzir cada quilo de carne são necessários de 20 mil a 30 mil litros de água (e somente 150 litros para um quilo de trigo!), além de inúmeros outros impactos ambientais pesados (para saber mais, clique aqui). Mas nesse dia vi como a consciência pode sucumbir diante de um bife! Rapidamente o bife no cardápio não tem conexões planetárias, mas se conecta somente com o desejo gastronômico “quase espiritual” de algo sem história terrestre.

Mas tenho certeza de que as escolhas gastronômicas desse dia foram somente uma exceção no cotidiano de gente tão antenada…