sexta-feira, 30 de abril de 2010
A aula do professor Mario
por Nelmara Arbex
Mario Monzoni, criador e diretor do Centro de Estudos da Sustentabilidade da FGV-SP, deu uma aula bacana no TEDxVilaMadá sobre o que é hoje considerado "desenvolvimento", como as ferramentas governamentais e financeiras fazem este jogo funcionar. Ele falou também sobre algumas iniciativas importantes para empurrar os princípios da sustentabilidade e mudar a conta do "desenvolvimento" para incluir a proteção do nosso futuro.
Uma pena que a meninas não conseguiram ficar quietinhas, sem sussurrar no microfone... e gritar no final. Mas valeu, Mario! Boa hora de colocar este papo para virar plano de governo e tema eleitoral.
Para assistir, clique aqui.
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TED x Vila Mada
terça-feira, 20 de abril de 2010
Alemães e negócios florestais
por Nelmara Arbex
O principal jornal formador de opinião da Alemanha – Die Zeit – publicou na última semana de março longo artigo sobre negócios florestais, sob o título Salvar a Floresta Tropical – Com Bons Lucros.
O foco do artigo – que entrevista com destaque o brasileiro Roberto Waack, presidente do conselho do FSC (Forest Stewardship Council) e presidente da empresa florestal AMATA – é o movimento no mercado de produtos florestais e como faltam produtos os investidores se interessam cada vez mais pela América do Sul.
Por um lado, o processo de destruição de florestas como a Amazônia, mesmo em marcha mais lenta, corrói 8 vezes a área do distrito federal de Berlim (700.000 hectares). Por outro, uma demanda crescente, por novos ricos chineses e indianos, ou alemães e europeus, por produtos florestais que logo não existirão. Estas duas forças atuam sobre um certo grupo de investidores, que começam a ver como galinha dos ovos de ouro – seguro e de longo prazo - o investimento em negócio florestal sustentável, que possa cobrir a crescente demanda por estes produtos sem destruir a floresta.
Poucos negócios podem oferecer isto. E a prognose ainda é de que 50% da floresta amazônica estará destruída em 2030, segundo o WWF. Enquanto isso, o índice Timberland Property Index cresceu 15% nos últimos 20 anos, contra 8% como máximo de rendimento em investimentos de longo prazo. Uma das questões que o artigo levanta é por que ainda é tão difícil para o investidor individual investir no mercado de madeiras.
Outro ponto importante do artigo é apontar para o fato de que, enquanto se desmata ilegalmente, sem quase nenhum controle governamental, projetos como o da AMATA – para desenvolvimento sustentável da floresta - têm permissão para tirar 22 m3 de madeira por hectare a cada 25 anos, o que daria 3 a 5 árvores de porte.
O foco do artigo – que entrevista com destaque o brasileiro Roberto Waack, presidente do conselho do FSC (Forest Stewardship Council) e presidente da empresa florestal AMATA – é o movimento no mercado de produtos florestais e como faltam produtos os investidores se interessam cada vez mais pela América do Sul.
Por um lado, o processo de destruição de florestas como a Amazônia, mesmo em marcha mais lenta, corrói 8 vezes a área do distrito federal de Berlim (700.000 hectares). Por outro, uma demanda crescente, por novos ricos chineses e indianos, ou alemães e europeus, por produtos florestais que logo não existirão. Estas duas forças atuam sobre um certo grupo de investidores, que começam a ver como galinha dos ovos de ouro – seguro e de longo prazo - o investimento em negócio florestal sustentável, que possa cobrir a crescente demanda por estes produtos sem destruir a floresta.
Poucos negócios podem oferecer isto. E a prognose ainda é de que 50% da floresta amazônica estará destruída em 2030, segundo o WWF. Enquanto isso, o índice Timberland Property Index cresceu 15% nos últimos 20 anos, contra 8% como máximo de rendimento em investimentos de longo prazo. Uma das questões que o artigo levanta é por que ainda é tão difícil para o investidor individual investir no mercado de madeiras.
Outro ponto importante do artigo é apontar para o fato de que, enquanto se desmata ilegalmente, sem quase nenhum controle governamental, projetos como o da AMATA – para desenvolvimento sustentável da floresta - têm permissão para tirar 22 m3 de madeira por hectare a cada 25 anos, o que daria 3 a 5 árvores de porte.
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nelmara arbex
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Urbanização - processo irreversível
por Nelmara Arbex
Isto não pode ser considerado uma novidade para os brasileiros.
A megarregião de maior crescimento no mundo está na China, em Shenhzen-Guangzhou, com 120 milhões de habitantes. O mundo conta hoje com 40 megarregiões que ocupam uma área pequeníssima do planeta, mas têm 18% da população total, mas concentram 66% de todas as atividades econômicas e 85% da tecnologia e da inovação. As desigualdades sociais chegam a níveis inesperados, como nos EUA, onde 1% da população tem ganhos 72 vezes maiores do que a parte 20% mais pobre.
No último ano, a população urbana ultrapassou, segundo especialistas para sempre, a população rural.
Conclusão: não há futuro sustentável sem planejamento urbano, sem saber de onde vira a água para toda essa gente, a comida, a energia, a educação, a saúde.
Tema atualíssimo neste Brasil.
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World Urban Forum
sábado, 10 de abril de 2010
Pneus orgânicos!
por Nelmara Arbex
Os pneus consomem 20% da energia de que um carro precisa para se movimentar. Eles têm que oferecer atrito para que o carro tenha aderência ao chão, mas, ao fazer isso, perde-se a energia do movimento em forma de calor. Todo mundo já pôs a mão num pneu quentinho depois de um tempo de estrada.
A produtora de pneus Michelin calculou que 4 % das emissões de CO2 são provocadas por essa resistência que os pneus oferecem. Assim, os designers de pneus estão agora pensando em como podem reduzir essas emissões.
Um bilhão de pneus são produzidos no mundo por ano. Um pneu moderno contém cerca de 30 materiais diferentes para promover a desejada adesão.
Atualmente vários fabricantes de carros – como Toyota, Ford e Chevrolet - anunciam que seus modelos 2010/2011 já serão equipados com pneus mais modernos, que reduzirão o consumo de energia.
Ingredientes culinários, nanopartículas e biopolímeros estão na lista dos materiais em teste. Um produtor de carros japonês já está fazendo propaganda de seus carros, que são feitos com óleo de laranja e têm 80% dos seus ingredientes oriundos de outras fontes que não petróleo. Até a Porsche está pensando em usá-los.
Olha só!
Não precisamos de “Kyotos” pra redefinir tudo. Precisamos de especialistas inovadores querendo conquistar um consumidor que tem muito para escolher.
Estas informações foram publicadas em The Economist Technology Quarterly, março de 2010)
A produtora de pneus Michelin calculou que 4 % das emissões de CO2 são provocadas por essa resistência que os pneus oferecem. Assim, os designers de pneus estão agora pensando em como podem reduzir essas emissões.
Um bilhão de pneus são produzidos no mundo por ano. Um pneu moderno contém cerca de 30 materiais diferentes para promover a desejada adesão.
Atualmente vários fabricantes de carros – como Toyota, Ford e Chevrolet - anunciam que seus modelos 2010/2011 já serão equipados com pneus mais modernos, que reduzirão o consumo de energia.
Ingredientes culinários, nanopartículas e biopolímeros estão na lista dos materiais em teste. Um produtor de carros japonês já está fazendo propaganda de seus carros, que são feitos com óleo de laranja e têm 80% dos seus ingredientes oriundos de outras fontes que não petróleo. Até a Porsche está pensando em usá-los.
Olha só!
Não precisamos de “Kyotos” pra redefinir tudo. Precisamos de especialistas inovadores querendo conquistar um consumidor que tem muito para escolher.
Estas informações foram publicadas em The Economist Technology Quarterly, março de 2010)
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Espécie alienígena
por Nelmara Arbex
Os governos de 8 estados americanos, o Exército Americano, a Suprema Corte e o governo canadense se juntaram contra um peixe: a carpa asiática.
A espécie foi introduzida no sul dos EUA nos anos 70 para limpar tanques em fazendas de peixes. Então, as carpas começaram a migrar para a região do Mississipi. Assim foram subindo, comendo toneladas de algas e destruindo vegetação e vida aquática de regiões importantes, até que recentemente foram detectadas nos Grandes Lagos, o maior lago potável do planeta.
Ninguém sabe como acabar com elas. Uma das alternativas seria desconectar totalmente a bacia do Mississipi da dos Grandes Lagos. Toda e qualquer decisão dessa magnitude tem consequências econômicas imensas, que estão sendo ponderadas. Temos tempo para isso?
Ambientalistas dizem que os Grandes Lagos já convivem com cerca de 180 espécies invasoras e lixo tóxico. Se algo não for feito rapidamente, a região terá sua fauna destruída rapidamente.
Quem diria que as carpas iriam tão longe?
Essa história me lembra uma notícia sobre a identificação de traços de milho geneticamente manipulado em salgadinhos franceses. Depois de muito procurar, descobriram que a plantação de onde o milho procedia estava a cerca de 50 km de outra de transgênicos. Quando entrevistados sobre como a “transferência” aconteceu, os produtores disseram: “Seguimos a regulamentação. Na verdade, aumentamos a distância dos campos 5 vezes mais do que é obrigatório por lei, como poderíamos imaginar que o gene do milho modificado iria tão longe?”
Eu poderia ter imaginado… Você não?
A espécie foi introduzida no sul dos EUA nos anos 70 para limpar tanques em fazendas de peixes. Então, as carpas começaram a migrar para a região do Mississipi. Assim foram subindo, comendo toneladas de algas e destruindo vegetação e vida aquática de regiões importantes, até que recentemente foram detectadas nos Grandes Lagos, o maior lago potável do planeta.
Ninguém sabe como acabar com elas. Uma das alternativas seria desconectar totalmente a bacia do Mississipi da dos Grandes Lagos. Toda e qualquer decisão dessa magnitude tem consequências econômicas imensas, que estão sendo ponderadas. Temos tempo para isso?
Ambientalistas dizem que os Grandes Lagos já convivem com cerca de 180 espécies invasoras e lixo tóxico. Se algo não for feito rapidamente, a região terá sua fauna destruída rapidamente.
Quem diria que as carpas iriam tão longe?
Essa história me lembra uma notícia sobre a identificação de traços de milho geneticamente manipulado em salgadinhos franceses. Depois de muito procurar, descobriram que a plantação de onde o milho procedia estava a cerca de 50 km de outra de transgênicos. Quando entrevistados sobre como a “transferência” aconteceu, os produtores disseram: “Seguimos a regulamentação. Na verdade, aumentamos a distância dos campos 5 vezes mais do que é obrigatório por lei, como poderíamos imaginar que o gene do milho modificado iria tão longe?”
Eu poderia ter imaginado… Você não?
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