terça-feira, 20 de abril de 2010

Alemães e negócios florestais


por Nelmara Arbex

O principal jornal formador de opinião da Alemanha – Die Zeit – publicou na última semana de março longo artigo sobre negócios florestais, sob o título Salvar a Floresta Tropical – Com Bons Lucros.

O foco do artigo – que entrevista com destaque o brasileiro Roberto Waack, presidente do conselho do FSC (Forest Stewardship Council) e presidente da empresa florestal AMATA – é o movimento no mercado de produtos florestais e como faltam produtos os investidores se interessam cada vez mais pela América do Sul.

Por um lado, o processo de destruição de florestas como a Amazônia, mesmo em marcha mais lenta, corrói 8 vezes a área do distrito federal de Berlim (700.000 hectares). Por outro, uma demanda crescente, por novos ricos chineses e indianos, ou alemães e europeus, por produtos florestais que logo não existirão. Estas duas forças atuam sobre um certo grupo de investidores, que começam a ver como galinha dos ovos de ouro – seguro e de longo prazo - o investimento em negócio florestal sustentável, que possa cobrir a crescente demanda por estes produtos sem destruir a floresta.

Poucos negócios podem oferecer isto. E a prognose ainda é de que 50% da floresta amazônica estará destruída em 2030, segundo o WWF. Enquanto isso, o índice Timberland Property Index cresceu 15% nos últimos 20 anos, contra 8% como máximo de rendimento em investimentos de longo prazo. Uma das questões que o artigo levanta é por que ainda é tão difícil para o investidor individual investir no mercado de madeiras.

Outro ponto importante do artigo é apontar para o fato de que, enquanto se desmata ilegalmente, sem quase nenhum controle governamental, projetos como o da AMATA – para desenvolvimento sustentável da floresta - têm permissão para tirar 22 m3 de madeira por hectare a cada 25 anos, o que daria 3 a 5 árvores de porte.

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