Fiquei bastante mal impressionada com a coluna do Delfim Netto na Carta Capital do ultimo 25 de agosto intitulada “Mais uma indecência”. Na coluna o normalmente bem-informado Delfim Netto questiona a conexão ente desmatamento e mudança climática (fazendo coro com os lobistas petroleiros norte-americanos), acusa ONGs brasileiras de estarem defendendo a desnacionalização da Amazonia por denunciarem o desmatamento e tenta defender a tese de que o Brasil não e’ um grande devastador usando dados da cobertura florestal a 8 mil anos (!) atrás. Você vai poder ler uma resposta dada a este artigo por Roberto Waack no site Sustentabilidade Com Pimenta ainda esta semana.
Sobre o mesmo tema, dei de cara na ultima sexta com a capa da The Economist com uma enorme arara super-colorida voando sobre a Amazonia. O título da matéria era “ O pulmão do mundo – como salvar as florestas”- uma reportagem especial de 14 paginas. Um dos textos dedicado ao Brasil se chama “Menos fumaça – Brasil, o maior devastador de florestas do planeta esta mudando seu rumo”. Os jornalistas apresentam os dados da devastação, os esforços para redução do desmatamento, mas concluem “IBAMA tem apenas 6 helicópteros, e apesar das multas que foram amplamente distribuídas aos desmatadores, menos de 10% as pagaram. Diante desta impunidade por que não devastar?”.
A matéria trata ainda do fato de que “para a devastação já não e’ mais papo de estrangeiros- são os cientistas brasileiros que agora já tem dados para dizer que a floresta esta no seu limite” e que 40% das emissões de carbono brasileiras vem da devastação e queima.
E termina “ Se os lideres brasileiros escolhem limpar o caminho para a proteção das florestas, eles não estarão fazendo somente um favor ao mundo mas também poderiam trazer benefícios imensos para a própria economia do pais”.
Terminei a leitura pensando que um economista do calibre do Dr. Delfim Netto tinha perdido uma grande chance. Ele poderia dedicar sua coluna a fazer uma analise dos benefícios que a economia do país terá se tiver uma política futurista para o desenvolvimento sustentável da Amazonia. Mas, esta ele perdeu... deixou para a "The Economist" bater esta bola.
Uma pena...
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