por Nelmara Arbex
A princípio não parece tão inovador e fundamental para um futuro sustentável, mas eu acho que vale a pena pensar bem nisto.
Uma grande questão na China e’ a produção e transporte de alimentos frescos e de alta qualidade para seus centros urbanos, e de forma sustentável, já que os recursos são escarços e precisam ser renováveis. Vamos começar lembrando que a China tem 12 cidades com mais de 5 milhões de habitantes, sendo 3 acima de 10 milhões. Imagine todo este povo comendo e utilizando água todos os dias...
Pois em agosto passado o governo municipal em Pequim (hoje Beijing) começou a operar um tipo de máquina que pode mudar toda a logística alimentar e o impacto que a produção e o nosso consumo de alimento faz ao planeta: uma estufa gigante totalmente controlada por computador.
A estufa tem 1.289 metros quadrados e está no distrito de Tongzhou em Pequim. Pode produzir 15 milhões de unidades por ano - de cabeças de alface a flores e frutas. O sistema computadorizado regula cada pedaço do ambiente para garantir o crescimento dos vegetais da melhor forma e com melhor qualidade possível, sem uso e agrotóxicos ou pesticidas.
“As plantas crescem numa produção líquida, numa produção em série e o sistema controla temperatura, luz, umidade, e quantidade de nutrientes”, disse Tian Zehn diretor do Instituto para Automatização da Agricultura, de Pequim.
O projeto do instituto contou com a expertise da corporação Jingpeng International Hi-Tech para desenvolver este sistema, que funciona com um gerador solar de 15 kilowatt de potencia.
As principais diferenças entre esta e as estufas que estamos acostumados são a variedade de alimentos que pode produzir, o excelente gerenciamento dos recursos naturais, e o fato de que pode ser instalada em qualquer lugar e clima.
Se a humanidade vai mesmo morar em centro urbanos com centenas de milhares de pessoas- como já’ estamos fazendo no Brasil - produzir alimentos de alta qualidade,o mais próximo possível do consumidor, sem desperdício de recursos naturais e sem poluentes e’ chave para reduzirmos nosso impacto negativo. (Em nota anterior deste blog tratei do fato de que o consumo de alimentos em áreas urbanas já’ representam hoje o maior impacto ambiental do planeta. Muito mais que todos os outros fatores da nossa vida cotidiana, como o transporte, por exemplo.)
Ale'm disto, as atividades agrícolas que podem ser confinadas desta forma, deixariam de competir em espaço e recursos com os biomas naturais, reduzindo também a possibilidade de mistura genética destas espécies -tão especificas selecionadas por razoes comerciais- com a imensa variedade de espécies naturais que o planeta gentilmente oferece.
E aí? Vamos fazer umas destas onde estão hoje galpões abandonados ao redor de nossas cidades?
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