domingo, 13 de novembro de 2011

Quem define qual o nível de pobreza aceitável `a nossa volta?




por Nelmara Arbex

Com certeza não são os miseráveis que definem o nível mínimo de pobreza e condições de vida aceitável `a nossa volta.  Poucas vezes na história eles o fizeram. São os mais ricos que decidem. São eles/no’s que podem se articular e mover amigos, prefeitos e a câmara para impedir que a as condições de vida dos mais pobres desça a níveis desumanos. Mas eles, os mais ricos, nem sempre o fazem.  Mas quando o fazem, ...o mundo muda...

Acabo de voltar da Índia.  Uma semana cheia. A última vez que estive la’ foi em 2008.  Desta vez no programa estavam Mumbai, Kolkata, Delhi. A agenda cheia de reuniões e eventos sobre relatórios de sustentabilidade e sobre iniciativas governamentais para promover transparência na gestão empresarial indiana.

Impossível  não notar a miséria presente em todas as grandes cidades. E a sujeira também. Muita gente literalmente acampada nas ruas.

Mas Delhi mudou. A cidade se transformou completamente desde 2008. Totalmente limpa.  Quilômetros de canteiros e calcadas pintados e cuidados. As avenidas tem pista demarcada e o eterno buzinar caótico dos carros, contra tuc-tucs, caminhões e animais na contra-mao, quase desapareceu. Crianças, idosos e deficientes aparecem raramente nos sinais pedindo comida ou dinheiro.  Um aeroporto de deixar qualquer um de queixo caído, faz Guarulhos parecer um aeroporto de fazenda.

A cidade conta hoje com cerca de 17 milhões de habitantes. 9% deles – cerca de 1,5 milhão - abaixo da linha da miséria urbana. Muito abaixo. Ainda assim esta’ em muito melhor situação que o resto da Índia, que tem cerca de 27% de seus 1.2 bilhões de habitantes praticamente mendigos.

Os hotéis de luxo são enormes, com restaurantes sofisticados e jardins, pessoas de todo o mundo atravessam os saguões: árabes, chineses, europeus,  de todos os credos e todas as cores. Nestes ambientes tudo cheira a planos, a negócios e a futuro.

O motorista do taxi que me leva ao aeroporto de Delhi me conta que 5 imensos hotéis 5 estrelas estão planejados e devem inaugurar no próximo ano.

Os prédios do governo estão caindo aos pedaços. A poluição continua,  a poeira, o cheiro defumado, matéria orgânica em decomposição e... claro que a pobreza também. Mas a transformação da cidade tem muito a dizer. Principalmente comprova que quando os mais ricos se organizam muito se pode mudar.

Eles se organizaram e decidiram mudar a cara da cidade. Por que isto ajuda eles a ficarem mais ricos. Miséria brotando nas ruas e nas calcadas não e’ bom pra ninguém. Quando vamos no's -paulistas, cariocas, gaúchos, maranhenses, paraenses, mineiros, pernambucanos e tantos outros - os mais ricos decidir mudar o nível mínimo de miséria que vamos aceitar no Brasil?




domingo, 30 de outubro de 2011

Star Wars bem humorado: Volkswagen X Greenpeace!



por Nelmara Arbex

Se você tem um Volkswagen OU adora campanhas bem-boladas OU e’ um fã de guerras nas estrelas OU se importa com o aquecimento global...
Vale a pena dar uma olhada nestes filminhos super sacados da Volkswagen lançando seu carro novo, e nas respostas do Greenpeace. 5 minutos. Uma delícia de “debate”.

O ponto e’ chamar a atenção do consumidor e da sociedade para uma enorme pisada na bola que a empresa esta’ dando: não quer se comprometer com as metas de redução de emissão de CO2.

Fique alerta, boicote e divirta-se! 

domingo, 23 de outubro de 2011

Steve Jobs sabia disto!



Aqui ele esta' dizendo: "Hora de formatar o GRI-G4 de maneira insanamente esperta!"

Me desculpem os seguidores deste blog por tantas semanas de silêncio.  A principal causa e’ o G4. Como muitos dos leitores sabem, trabalho para a Global Reporting Initiative (GRI) e la’ lidero um projeto mundial para re-definir como empresas devem medir e publicar seus impactos sociais e ambientais. As diretrizes que definirão como empresas farão relatórios de sustentabilidade nos próximos 8-10 anos se chamam: G4 (a versão atual em vigor desde 2006 se chama GRI-G3 (G3.1)).

Estas diretrizes são preparadas através de consulta mundial. Sem a opinião de milhares de pessoas de todo o mundo não será possível preparar diretrizes que expressem os interesses dos diversos grupos que querem e precisam saber mais sobre a performance das empresas. E falta ainda muito para chegarmos a um nível de participação adequado... a consulta se encerrara' dia 24 de Novembro, em 4 semanas!

Quando perguntei  na semana passada ao John Elkington* – membro do conselho da GRI- como ele explicaria a importância da participação na formatação do G4, ele disse:

Steve Jobs conhecia o valor de um sistema operacional de qualidade insanamente alta. Isto e’ o que queremos atingir com as diretrizes G4 da GRI. Esta e’ a chance de cada um de garantir que estas diretrizes proponham `as empresas que meçam e publiquem dados que nos ajudem a construir um modelo de desenvolvimento “verde”. Precisamos de toda ajuda possível para conseguir fazer isto de forma correta.

E ai? Que fazer a diferença? Clique aqui!

 O questionário de consulta publica do GRI-G4 está disponível em português, inglês, espanhol, frances e mandarim.

(*) John Elkington e’ um autor de vários livros, fundador de varias organizações e membro de comitês internacionais importantes na área de sustentabilidade. Ele criou o conceito “tripple bottom line (tripe' da sustentabilidade)”, explicitando que as empresas deveriam ter resultado positivo não só’ financeiramente, mas também social e ambientalmente.http://survey01.synovate.nl/mrIWeb/mrIWeb.srf?I.Project=P9450101

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Adoro ciberativismo! Para garantir o “Ficha Limpa” ! Clique já!


por Nelmara Arbex

Avaaz esta’ disseminando a campanha pela lei “Ficha Limpa”, que está ameaçada de desaparecer em 48 horas.

Quem acompanha este blog sabe que eu adoro o Avaaz, que e’ um site de ciberativismo eficiente. Foi através desta plataforma que os brasileiros conseguiram agitar uma campanha para fazer o projeto de lei “Ficha Limpa” chegar a 1,3 milhões de assinaturas que deixou os corruptos e o mundo de boca aberta. Agora o site esta’ alertando todos no's de que ha’ uma ameaça real de que esta proposta de lei seja vetada.

Se você entrar neste link e você vai poder influenciar esta decisão!

Adoro ciberativismo! O que você esta' esperando? Clique Aqui!


PS:

Um lembrete A lei propõe “elevar” o nível dos nossos representantes, e entre outras coisas propõe que não podem se candidatar (clique aqui para conhecer o texto completo):

e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:

1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;

2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;

3. contra o meio ambiente e a saúde pública;

4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;

5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;

6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;

7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos;

8. de redução à condição análoga à de escravo;

9. contra a vida e a dignidade sexual; e

10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Próximos passos na “responsabilidade social“ empresarial ?



por Nelmara Arbex

Já faz algum tempo que existe uma lista de práticas que devem ser consideradas por toda empresa que quer se dizer “responsável”.

No Brasil, desde o inicio dos anos 2000, com a publicação dos “Indicadores Ethos” de responsabilidade social, temos ai’ uma ferramenta básica para o gestor que quiser checar quão responsável sua empresa e’. Claro que a ferramenta-diagnóstico não tem como objetivo apontar soluções praticas e profundas neste campo, mas não deve ser menosprezada já a maior parte das empresas tem muito do “básico” para resolver. Mesmo empresas de grande porte e cheias de recursos ainda tem problemas em assegurar igualdade de oportunidades e salários para homens e mulheres, em apoiar sua rede de fornecedores para também serem implementadores de práticas responsáveis, e nem conseguem parar a destruição ambiental que suas atividades geram.

Assim, pode-se rapidamente entender que a atividade empresarial que esta’ hoje exposta - quase em tempo real - pelos meios de disseminação de informação como a internet, tem claramente mudado mas estas mudanças estão ainda longe de representar uma transformação radical na forma como se faz negócios e se distribui riqueza. Mas talvez o objetivo do movimento pela responsabilidade sócio-ambiental empresarial seja somente este mesmo: elevar o nível da prática empresarial a mínimos aceitáveis e esperados por toda a sociedade.

Bem... apesar de nobre e necessárias, fato e’ que estas melhorias não vão nos levar a uma sociedade onde recursos naturais se regenerem e onde todas as pessoas vivam melhor, com seguranca física, amplo acesso `a educação de qualidade e a serviços de saúde, incluindo todas as camadas da população. Para isto vamos precisar de algo mais.

E’ deste "algo mais" que a última conferência do Instituto Ethos em Agosto e as reuniões que tive em Boston em Junho trataram: qual deveria ser a próxima etapa do movimento de responsabilidade social empresarial?

Na "Conferência do Instituto Ethos - protagonistas de uma nova economia" a resposta foi: vamos discutir como as empresas podem concretamente contribuir para estabelecer uma “nova economia”, cujos pilares são o reconhecimento dos limites dos recursos ambientais, a transformação do conceito de “consumo” e a inclusão de todos que são afetados pelas atividades empresariais. O Instituto Ethos não esta sozinho nesta reflexão. A conferência das Nações Unidas “Rio +20” vem ai’ com bandeira parecida, apoiada pelos inúmeros projetos da UNEP na área de limites dos recursos ambientais e um exército de ONGs.

Nas reuniões de Boston outro aspecto desta nova fase foi explorado: podem as negócios abraçar causas que são diretamente ligadas aos seus negócios e, como conseqüência, mudar radicalmente? A bola da vez e’ a “Campbell's Soup” que decidiu colocar a redução da obesidade em 11 cidades americanas como parte de suas metas empresariais. Este comprometimento devera’ levar a empresa a redesenhar seus produtos de forma radical e todos ganham com isto.

De uma forma ou de outra, aqui estamos no's, outra vez, quebrando a cabeça para mover as empresas a serem motores da transformação que precisamos.

Será’ possível? Temos outra alternativa?

Talvez a única outra saída fosse a educação do consumidor para dar seu dinheiro somente as empresas que contribuíssem de forma clara para a regeneração dos recursos naturais e distribuição de riqueza social. Atualmente esta ainda e’ uma tarefa hercúlea ou impossível, já que para obter resposta a estas duas perguntinhas básicas a empresa precisaria medir o impacto de suas atividades de forma profunda e deveria publicar o resultado destas medidas. E para isto ainda não temos instrumentos...


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Nike X adidas: quem descontamina primeiro? Uma competição!

por Nelmara Arbex

DETOX! O Greenpeace lançou em julho uma campanha inteligente: desafiou as duas maiores empresas de assessórios esportivos a competir pela limpeza dos rios da China. Veja um dos videos.

Durante uma investigação recente o Greenpeace conclui que entre os maiores poluidores dos rios e mares da China estão as industrias têxteis e seus fornecedores, e entre elas estão nossas marcas preferidas, como Nike e Adidas.

Claro que este e’ só o comecinho da estória, já’ que a poluição química global e’ desnecessária e assustadora.

Mas para começar uma campanha com as empresas ajudando a encarar este problemão, o Greenpeace desafiou as empresas de materiais esportivos a se engajarem e competirem para parar a poluição tóxica de seus fornecedores na China. E assim também “limpar” os produtos que nos vendem cheio de material tóxico perigoso.

A Nike topou e saiu na frente. Nike! Nike! Nike!

Entre tambem nesta e assine a petição!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como tomar decisões para um futuro sustentável?




por Nelmara Arbex

Com poucas regras, uma grande festa e dando problemas grandes e concretos para gente empoderada dar um jeito.

Fui `a Malásia, para uma cidade chamada Kota Kinabalu, para a conferência e assembléia do FSC (Forest Stwardship Council) que acontece a cada 3 anos. Depois de umas 14 horas de vôo, 2h de espera e um desembarque num aeroporto na ilha errada, cheguei `a cidade na costa da ilha de Borneo.

A paisagem e’ um sonho. A pobreza fácil de ver. A cidade, na verdade um enorme hotel, foi o cenário de dias de negociações, discussões, noites em claro cheias de trabalho, palestras e uma grande festa cheia de energia. Todos estes foram ingredientes deste fórum que tem muito a ensinar para organizações locais, nacionais e mundiais.

Fui como palestrante para a conferência e observadora da assembléia.

As decisões do FSC são tomadas por 3 câmaras: a econômica, a social e a ambiental. As decisões podem ser sobre novas regras que devem ser respeitadas pelas indústrias que fazem manejo responsável de florestas ou podem ser sobre regiões nas quais o FSC não deveria certificar nenhum tipo de atividade florestal. Nenhuma proposta pode ser aprovada se uma das câmaras votar contra.

As negociações são para que os membros afinem suas propostas e negociem dentro de suas próprias câmaras e depois com as outras . Estas regras simples e bem-boladas geram uma dinâmica impressionante de discussões e negociações que vão `a raiz dos problemas e conseqüências de cada proposta.

Os membros tem 3 meses para apresentar propostas de forma virtual, dois dias de reuniões cara-a-cara para negociações e dois dias para votação. Uma vez em plenário as propostas não podem ser modificadas de nenhuma forma. Os crachás dos votantes tem um código de barra que controla o quorum em tempo real o tempo todo. Mais de 50 propostas foram votadas nos dois dias de assembléia. Ninguém pisca.

Uau!

Quem dera Copenhagen ou o congresso brasileiro fosse dividido em câmaras como estas, refletindo regiões e partidos, mas com foco nas áreas sociais, ambientais e econômicas.

No final uma festança com banda ao vivo e muitas horas dançantes, uma catarse para fazer as pazes com todos. Mais de 500 pessoas super empoderadas celebrando. Uma energia inesquecível.

E o Brasil, com representantes como Suzano, Klabin, Veracel, Imaflora, Amata, WWF, Amigos da Terra, Confederação dos Trabalhadores da Amazônia e Escola de Lutheria, estava bem representado. Brasileiros também estão no Conselho e na direção executiva da entidade.

Hora de trazer esta experiência para casa... no Brasil.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Indústria florestal e proteção das florestas: o que você consumidor tem a ver com isto?







por Nelmara Arbex

Em junho estive no Brasil, entre outras coisas, para entender um pouco melhor a indústria florestal do país.

O Brasil planta muita árvore neste momento: para indústria de papel e fibras; para indústria moveleira; planta palmeiras de frutos oleaginosos (palm oil e outras) e outras palmeiras para vários setores; árvores frutíferas também para indústria alimentícia; seringueiras para a indústria de látex; árvores são plantadas como parte de créditos de carbono comprado por empresas nacionais e internacionais (que contratam empresas para plantar árvores para elas como forma de capturar o carbono emitido pelas suas operações - árvores são feitas de matéria a base de carbono, como todos os seres vivos); e para reflorestamento como recuperação de áreas degradadas. De forma bem geral, estas são as principais categorias de plantio de árvores no país.

Atualmente a maioria destas plantações ocorre em áreas que já estavam desmatadas pela agricultura ou em áreas que foram desmatadas de forma ilegal, mas, como não ha’ como reconstruir o eco-sistema destruído, a saída e’ fazer uso comercial da terra que ficou depois da degradação.

As mudas são geneticamente manipuladas ou selecionadas para oferecer alta produtividade. Importante ressaltar que este tipo de plantio para uso comercial de larga escala e’ um negocio de longo prazo. Em todos os casos citados acima – mesmo com melhorias genéticas importantes- o tempo mínimo para corte ou aproveitamento da matéria prima e' de cerca de 5 anos, podendo chegar a 30 anos.

O Brasil também faz “colheita” de árvores, não porque retira frutos ou resinas de árvores em áreas de floresta (como a castanha do para' ou breu branco da indústria alimentícia e cosmética), mas porque corta árvores de florestas para comercialização. Este corte pode acontecer de forma planejada, para afetar o mínimo a floresta e garantir as próximas gerações de árvores, ou pode acontecer de forma “rasa”, quando as madeiras nobres são retiradas sem considerar a preservação do eco-sistema onde estão ou a futura geração das espécies. Esta forma “rasa” de retirar árvores não são sempre ilegais segundo nossa legislação, mas muitas vezes são. E depois da retiradas das árvores “comerciais” o resto e’ queimado para o chão ser utilizado como pasto ou ser então “classificado” como área para agricultura florestal ou de agronegócios.

Claro que em todos os casos, a indústria diz que e’ “o aumento da demanda pelos consumidores do Brasil e do mundo” que motiva os negócios a expandirem mais e mais. Outra vez, nós consumidores somos motivadores de atividades que nem sempre queremos motivar, certo?

Este e' um tema se'rio para o nosso futuro: a escala do nosso consumo e sua relação com a retirada de madeira sem planejamento, que e’ hoje a principal cúmplice de destruição de eco-sistemas a serem protegidos. Ele e' o sinal verde para o quem vem depois com seu negócio florestal ou de monocultura agrícola. E assim vamos “transformando” eco-sistemas importantes em áreas de agricultura “pois não ha’ mais nada a ser feito...”.

Como podemos de verdade proteger as florestas e eco-sistemas que ainda temos?

Será possível proteger as florestas virgens que nós- como poucos povos no mundo - ainda temos,com atividades florestas planejadas?

Será que a retirada planejada e madeira da floresta – como recomendado pelo FSC (Forestry Stwardship Council) pode mesmo ajudar? Ou ao contrário: da' selo de "madeira certificada" a quem esta destruindo, mas o esta fazendo mais lentamente?

Ou temos que – como propõe o Greenpeace – fazer campanha dura pelo desmatamento zero? Por que são eles então co-fundadores do FSC? Por que WWF comemora o manejo florestal no Brasil?

Sera' que relatórios como este - Inventa'rio Florestal Nacional - estão sendo feitos para proteger as florestas ou para vende^-las?

Hum... Melhor sabermos estas respostas rapidamente antes que “nós consumidores” tenhamos acabado com tudo...

Estas perguntas tem me levado a conversas importantes sobre os modelos de negócios sustentáveis sendo gerados hoje, em parte, para responder estas perguntas.

PS: Também me levaram `a conferencia do FSC na Malásia, que será o tema da próxima postagem.

sábado, 25 de junho de 2011

1 de julho ! E’ o prazo para você dizer que energia você quer ter!



por Nelmara Arbex

Se não falarmos nada nosso dinheiro vai ser investido em mais energia poluente!

Em matéria de hoje no site do Estadão estão comentários sobre o Plano Decenal de Energia Elétrica (veja texto integral neste link) que está aberto para consulta pública ate' o dia 01 de julho.

Nesta matéria, Renne Pereira, explica que usinas como Belo Monte mudarão o funcionamento de outras usinas. Por exemplo, as usinas do sul e sudeste deverão economizar mais água para suprir o funcionamento que Belo Monte não conseguirá suprir na época de seca no Norte. E que os lagos das hidroelétricas ficarão mais secos que o normal depois de Belo Monte.

Pensei a mesma coisa que você deve estar pensando agora...: “ Depois de tanta polêmica e problemas, a usina de Belo Monte ainda vai causar outros problemas de energia?!”

Mas a parte mais interessante do artigo ainda está por vir. Ele diz que “especialistas”, como o consultor Jose Rosenblatt, dizem que a matriz de energia brasileira terá que ser completada com energia térmica para ficar mais robusta. Sabe o leitor o que significa “energia térmica” neste caso? Significa energia gerada por gás, diesel, carvão ou nuclear. Nada de energia verde ou limpa. Ele esta’ sugerindo usar formas de gerar energia como nos anos 50!

Quem será que pagam estes consultores?

Porque eles não usam seus talentos para fazerem as contas de quanta energia limpa precisamos gerar para não depender mais da suja?

Não deixe este papo passar a limpo! Informe-se! Envie emails! Vamos pedir mais energia eólica
, solar, das marés e tudo o mais que pudermos investir – do nosso suado dinheiro- em
gerar energia limpa!

Diz o documento oficial:

Art. 2o As contribuições dos agentes interessados para o aprimoramento da proposta, de

que trata o art. 1o, serão recebidas pelo Ministério de Minas e Energia até o dia 1o de julho de 2011, por meio do correio eletrônico pde2020@mme.gov.br ou para o endereço: PDE 2020 Consulta Pública - SPE/MME - Esplanada dos Ministérios, Bloco “U”, 5o andar, CEP 70065-900, Brasília-DF.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Bin Laden & Obama: por uma vida melhor?


por Nelmara Arbex

As semanas passadas foram povoadas pelas notícias da invasão do refúgio de Osama Bin Laden no Paquistão e seu assassinato. A decisão final de como a ação deveria ser implementada foi tomada por Barak Obama, presidente dos Estados Unidos, prêmio Nobel da Paz.

Ha’ vários fatores inquietantes nesta história: uma nação planeja e comanda uma ação violenta no território de outra, um criminoso e’ assassinado sem julgamento e um ganhador do prêmio Nobel da Paz lidera uma operação militar com vários mortos.

Bin Laden e Obama acabam tendo algo em comum: o desrespeito`a vida e`a convivência pacífica. E talvez também o poder de disseminar ódio e medo. Todos os pensadores e analistas são unânimes neste ponto: haverá mais reações violentas. E o sentimento de ódio contra os norte-americanos vai crescer em certas partes do mundo.

Definitivamente, um mundo mais violento não e’ o que eu desejo. E a idéia de revanche internacional me parece que pouco ajuda para a colaboração dos povos por uma vida melhor para todos.

Podem estas ações evitar futuras mortes violentas? Podem ensinar as próximas gerações como conviver pacificamente? Ou como colaborar para melhorar a qualidade de vida de todos?

O que você acha?


terça-feira, 10 de maio de 2011

Presidente do Japão abre mão do salário!



por Nelmara Arbex

Eu não elejo heróis facilmente, mas sinto que se ha' algue'm para chamar de herói no momento e’ o primeiro ministro do Japão, Naoto Kan. Ele acaba de anunciar que abre mão de seu salário ate’ que o país tenha superado a crise que se abriu com os acidentes nucleares, depois que o Tsunami atingiu aquele país. O salário dele e’ de cerca de 20.200 dolares por mês.

Ele ainda disse que vai mudar radicalmente a política energética do país e planejar fontes de energia renováveis.

Os recente acidentes nucleares foram classificados como “pior possível acidente” (GAU level) na escala internacional de possíveis catástrofes nucleares. Uma região enorme do país permanecera' evacuada por centenas de anos.

Imagina se a moda pega e uma febre japonesa de responsabilidade e honra tomasse conta de nossos governantes municipais, estaduais e federais? Ou de nosso administradores públicos de hospitais, escolas, etc.?

Uau!

Outra lição diretamente do Japão, depois de ensinar que :
1. não ha’ energia nuclear segura, nem que o controle de qualidade seja japonês
2. que temos que encarar com honra e humildade os desafios que temos que enfrentar, e pensar no futuro que pode ser reconstruído melhor do que era antes

E finalmente:

3. Governantes podem e devem demonstrar que entendem sua responsabilidade quando sua gestão falha em proteger os direitos dos cidadãos.

Nada mal, hein?

Infelizmente são catástrofes e suas reações que nos lembram quanto de responsabilidade estes lideres realmente carregam sobre a definição do nosso futuro comum.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Videozinho de Harvard para a sua Pascoa!





por Nelmara Arbex

Passei mais uma semana envolvida em discussões e planos sobre: o futuro das medidas dos impactos dos negócios O que medir, como e para que?

Tema antigo e cheio de armadilhas. De fato sabemos que empresas são as mais transparentes das organizações ja' criadas, apesar de todas as críticas. Mas apesar de medirem muito, não monitoram necessariamente os aspectos mais críticos de suas operações, e/ou não usam os dados que tem para tomar decisões criticas nos negócios. Nem nos cidadãos os usamos.

O que fazer?

Ajudaria se transformássemos todos os impactos – como a poluição ou o desaparecimento de uma espécie – em um valor financeiro?

Hum... depende. Esta é uma forma muito prática mas muito restrita. Combina com nosso jeito de pensar e como nossa cabeça funciona, mas na verdade tem limitações sérias que precisam ser cuidadosamente analisadas.
Sobre estes pontos falei no final do ano passado aos estudantes de Harvard, que gravaram parte do papo num video curtinho. Se quiser saber mais de uma olhada neste link.

Saio de ferias por duas semanas. Se ficar com saudades, de uma olhada neste videozinho, que tem la' a sua graça...ahahah!


Boa Pascoa!





domingo, 10 de abril de 2011

Com que vamos temperar aquele peixinho do mar?



por Nelmara Arbex

Um grupo de cientistas e curiosos resolveu investigar quanto material plástico esta’ mesmo esparramado pelos oceanos e nossas belas praias e quanto deveríamos ficar preocupados. Este trabalho foi resumido neste programa de TV.

Claro que em tempo como os nossos logo pensamos que a noticia vai ser ruim, já’ que de alguma forma temos a sensação de que já poluímos tudo.

Isto mesmo. Coletando areia de praias do equador aos pólos descobriram que misturado na areia, como se fossem grãozinhos, estão – sempre, sem exceção –micro partículas de plástico. Plástico com o tempo vai se “quebrando”, o que significa que com o tempo vai se transformando em pedaços bem pequenininhos. Mas na verdade hoje sabemos que estes pedaços jamais se integrarão `a natureza e assim devem ser considerados como micro lixo.

Se a areia esta assim, como esta’ a água? E os animais?

A água esta do mesmo jeito ou pior. Num artigo anterior neste blog acompanhei a denúncia de que ha’ um ilha de plástico no meio do Oceano Pacífico do tamanho da Alemanha. Parte da missão do barco Plastiki era de denunciar este absurdo. Mas a coisa vai bem além disto, animais marinhos e não-marinhos (como aves aquáticas por exemplo) estão se alimentando do plástico, morrendo por causa disso ou, talvez pior, não morrem mas chegam`a nossas mesas cheias de micro plástico em seus tecidos "bem temperados". Outra descoberta e’ de que alguns animais se desenvolvem somente em um gênero (macho ou fêmea) porque a molécula do plástico reage com suas químicas imitando moléculas de hormônios.

A maior sacada do trabalho destes grupos e’ a conclusão: não seria tão difícil assim não deixar o plásticos chegar aos oceanos! O que precisamos seria deixar de produzí-lo para itens desnecessários (se e’ desnecessário, porque mesmo estamos produzindo...?) e mante-los sempre no ciclo das coletas de lixo e longe do caminho das chuvas e rios, que desembocam no mar.

O plástico, ainda em grandes pedaços, e' facílimos de coletar!

Que bom!

E pense nisso quando pensar que o saquinho do mercado e’ só mais um. O plástico que acompanha ou são bens de consumo são considerados hoje a segunda maior contaminação química do planeta (aparentemente perdem para a contaminação das nossas químicas cotidianas e industriais) e não devem ter futuro.

O material plástico e’ considerado a maior descoberta da nossa civilização, junto com outras grandes sacadas, como o motor elétrico, por exemplo. Sem material plástico ha’ muitos confortos que não teríamos, como a condução da energia elétrica, pelos fios e cabos encapados por material plástico e as capas de chuva. Assim como se tornou material milagroso em alguns procedimentos médicos. Mas também, marca da nossa época, exageramos na produção e no consumo e criamos uma bomba.

Não tem muito mais o que dizer, esta atitude sustentável esta’ fácil: Evite o “plástico cotidiano” com toda a convicção que você possa fazê-lo! E meia-batalha estara’ ganha!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Contra a violência estúpida: comunidade no controle!

por Nelmara Arbex

No meio de notícias sobre a catástrofe de Fukushima e a rebelião democrática nos países árabes, vejo uma notícia com cheiro de notícia cotidiana chocante, que me chama a atenção na TV inglesa BBC: um homem de 35 anos e uma menina de 5 anos foram baleados por acaso num subúrbio no sul de Londres.

Fiquei chocada! Parecia coisa de São Paulo ou Rio, ou das cidades africanas, ou dos confrontos palestinos, mas nada a ver com a cidade super agitada e super civilizada que eu conheço. Uns 10 policiais cercaram o local e estão –literalmente- de joelhos buscando qualquer indício dos criminosos. Uma dedicação de dar gosto a brasileiros como no’s, desacostumados a esta demonstração de interesse em resolver uma caso destes . O repórter explica que uma família estava numa pequena loja quando 3 adolescentes negros entraram, mas estavam sendo perseguidos por outros 3 de bicicleta que, armados, atiraram dentro da lojinha e acertaram no homem e na menina.

O repórter fala com as pessoas do bairro que passam por ali e pergunta como elas se sentem, do mesmo jeito que fazem os repórteres da TV no Brasil, por exemplo falam com uma senhora negra acompanhada de sua filhinha, disse que estava muito assustada, e depois fala com outro passante, um homem quase branco, de cerca de 40 anos, que olhou para a câmara e disse algo que mudou meu dia:

- - " " A comunidade odeia isto. Aqui vai nosso recado para estes caras, eles devem se entregar para a polícia porque se a comunidade colocar a mão neles, vai ser muito ruim para eles!"

Fiquei ali parada e pensei como este cara era inteligente! Pense bem: ele mandou um recado para os criminosos ficarem com medo de aparecerem por ali, ele não se comprometeu feito um machão dizendo que ele pessoalmente se vingaria e ainda por cima fez um chamado a comunidade para ficar alerta.

Adorei!

Porque se tem uma pergunta que me faz pensar horas e’ como vamos achar uma forma inteligente, não violenta, de parar a violência urbana imbecil e armada?

Talvez a resposta seja mesmo algo assim: a comunidade -sem rosto- no controle!


quarta-feira, 16 de março de 2011

Brasil: preparado para fazer 55 Angras e evacuar por uns 250 anos?

foto: explosão em Fukushima, Japão

por Nelmara Arbex

O Brasil esta planejando 55 novas usinas nucleares, segundo a Petição Pública publicada ontem. O que voce acha disto? O mundo acha que estamos loucos.

Ha' dois dias, a respeitada revista “Der Spiegel”, onde vários partidários da energia nuclear trabalham como analistas e editores, anunciou ontem em sua edição especial que “Fukushima marca o fim da era nuclear”.

A primeira matéria de uma seqüência que explica como os acontecimentos no Japão fizeram o governo alemão rever rapidamente sua política de permissão de funcionamento de suas usinas nucleares, iniciando assim uma discussão que levara' ao fechamento de várias usinas em funcionamento. Ja' ontem, 15 de marco, a Alemanha anunciou que sete usinas estao sendo fechadas, aquelas que foram inauguradas antes de 1980. (Qual e’ mesmo a idade da alemazinha “Angra”? Isto mesmo, e’ ainda um pouco mais velha.)

A decisão do governo alemão foi tomada rapidamente, abalados pelo desamparo que o Japão demonstra diante das catástrofes nucleares ocorridas, num país considerado excelência em segurança. E claro que a opinião pública e a proximidade de eleições contam, mas os infinitos e profundos debates na TV demonstram a seriedade do tema num país onde 17 usinas geravam 25% da energia do país.

O efeito domino’ que esta política causara' em toda a Europa e’ ainda difícil de imaginar, mas as dúvidas em medidas de seguranças são tão grandes que são suficientes para a revista anunciar "o fim da era nuclear", tamanho o desastre que mesmo as usinas mais seguras podem causar.

E no Brasil? "Nem pensar!" Como declarou o governo ontem.

No Brasil vamos orar a todos os santos que protejam Angra. Pois, claro, estamos super preparados para evacuar a região de Angra a qualquer momento e abandonar a área por uns 250 anos... sem problemas... Venhamos e convenhamos, precisamos tanto desta energia que o risco vale a pena. Vamos manter todas funcionando a todo vapor, certo?

Mais do que isto, estamos planejando 55 novas usinas!

Difícil expressar minha opinião diante de tanta irresponsabilidade das autoridades brasileiras. Este e’ um risco de dimensões inimagináveis. Não e’ como devastar uma floresta, ou destruir rios e ecossistemas inteiros, e’ muitíssimo maior que isto.

Vou assinar a Petição Pública e tudo o mais que puder fazer contra esta irresponsabilidade sem tamanho. Saiba mais sobre campanhas no Brasil - aqui.


domingo, 6 de março de 2011

O que e' que a banqueira islâmica tem?


Miss Raja

Seguindo com a apresentação de exemplos surpreendentes de mulheres no mercado ético islâmico de ações, hoje apresento Te Maimunah Raja, outra visionária construindo o que ela acredita ser um setor financeiro sustentável.

Te Maimunah Raja, e’ a chefe global dos Mercados Islâmicos na Bursa Malaysia, a bolsa da Malásia. Lá, ela é diretora do Islamitische Exchange, onde as ações que seguem as regras “sharia” são negociadas.

Como disse na postagem anterior, estes investimentos seguem os princípios da lei islâmica (Sharia) e sua aplicação prática através do desenvolvimento da economia islâmica. Sharia proíbe o pagamento ou a aceitação das taxas de juro dos empréstimos de dinheiro (Riba, usura), para termos específicos, bem como investir em empresas que fornecem bens ou serviços considerados contrários aos seus princípios (haram, proibido). Ativos Shariah-compliant atingiram US $ 400 bilhões em todo o mundo em 2009, de acordo com a Standard & Poor's Services, e o mercado potencial é de US $ 4 trilhões. Irã, Arábia Saudita e Malásia são os principais ativos sharia conformes.

Radja Te construiu sua carreira profissional como uma especialista em bancos de investimentos convencionais e tem dezoito anos de experiência no setor financeiro. Antes de trabalhar na Bursa Malaysia, foi diretora corporativa e principal líder da área de Negócios Internacionais e Finanças da Casa Kuwait (Malásia), onde foi responsável pela expansão regional e pelo estabelecimento de escritórios em Cingapura e na Austrália.

Ela trabalhava para bancos de investimentos antes de sua atual posição no banco islâmico na Malásia e no Oriente Médio. Sobre essa transição, ela diz: "Posso ver a ascensão do sistema bancário islâmico, e eu queria escrever esta história". Esta decisão a levou à sua nomeação como chefe de mercados globais islâmicos da Malásia.

Raja Maimunah normalmente não usa véu. Ela faz uma única exceção, caso se reúna com os estudiosos da sharia, quando ela então usa um lenço na cabeça. Por seu caráter liberal, Maimunah lentamente mudou os limites e as tradições do mundo islâmico.

Ela tem um grau de bacharel e titulo “honoris causa” da Universidade de East London.

Vamos criar as nossas regras "sharia" brasileiras e mudar o nosso sistema financeiro? Se a história do mundo islâmico se repetir, vamos precisar de muitas mulheres para isto...


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Mulheres supreendentes! A frente dos bancos éticos islâmicos!


Miss Grewal

Esta semana tive a agradável surpresa de descobrir que um batalhão de mulheres islâmicas estão a frente de fundos que tem critérios sócio-ambientais e éticos que trazem prosperidade e estabilidade econômica.Veja este link.

Elas dizem que estes bancos super-rentáveis e que passaram longe da crise, não o fazem porque são pós-modernos, mas porque seguem antigas leis islâmicas: são parte do sistema financeiro islâmico. Assim são conhecidos os bancos que se referem a um sistema de atividade bancária que é consistente com os princípios da lei islâmica (Sharia) e sua aplicação prática através do desenvolvimento da economia islâmica. Sharia proíbe o pagamento ou a aceitação das taxas de juro dos empréstimos de dinheiro (Riba, usura), para termos específicos, bem como investir em empresas que fornecem bens ou serviços considerados contrários aos seus princípios (haram, proibido). Embora estes princípios foram utilizados como base para uma economia florescente em tempos anteriores, é só no final do século 20 que uma série de bancos islâmicos foram formados para aplicar esses princípios para o privado ou semi-privados estabelecimentos comerciais no seio da comunidade muçulmana.

Ativos Shariah-compliant atingiram US $ 400 bilhões em todo o mundo em 2009, de acordo com a Standard & Poor's Services, e o mercado potencial é de US $ 4 trilhões. Irã, Arábia Saudita e Malásia são os principais ativos sharia conformes.

E estas mulheres vieram de muitos países do mundo, inclusive europeus para viverem o sonho de dirigir bolsas de valores e fundos de investimento que não são “cassinos”, mas verdadeiros impulsionadores da economia.

Para começar uma sequência de matérias surpreendentes com estas mulheres, apresento aqui a primeira delas: Miss Baljeet Kaur Grewal.


Baljeet Grewal Kaur é diretora e economista-chefe na Casa de Finanças do Kuwait (KFH). Em sua capacidade como Economista-Chefe, Baljeet encabeça a equipe de pesquisa em Economia Global & Investment equipe na KFH, o primeiro banco islâmico em todo o mundo a ter uma presença notável de investigação.

Antes disso, Baljet foi executiva do Aseambankers Malásia, ABN AMRO Bank e Deutsche Bank, em Londres, com experiências que variam de Estruturação de Crédito e Mercado de Capitais e Pesquisas Econômicas. Ela tem uma vasta experiência em bancos de investimento, participou de estruturação de fundos com aplicação da lei islâmica que levou a um aumento notável das Operações na Ásia e no Oriente Médio.

Surpresa! E vem mais por ai' na próxima semana.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Empresas transparentes?


por Nelmara Arbex

Papos de futuro, de segunda a sexta. Assim passou voando esta semana super interessante que teve o tema “futuro dos relatórios empresariais” na mira.

Comecei segunda e terça com meu time apresentando uma proposta de como empresas poderiam relatar melhor suas atividades relacionadas com as questões dos direitos humanos, gênero e relações com comunidades (documento chamado versão G3.1 das diretrizes GRI).

A apresentação foi para o Conselho de Stakeholders da Global Reporting Initiative (GRI). Um comitê de mais de 40 pessoas de todo o mundo representando interesses de empresas, ONG’s e especialistas em diversas áreas da sustentabilidade. Tentei escutar suas idéias, o que estão planejando, suas perguntas e seus interesses. O Brasil esta representado ao lado de noruegueses, espanhóis, sul-africanos, norte-americanos, coreanos, australianos, filipinos, malaios, indianos e tantas outras nacionalidades. Excelente representação a brasileira.

Quarta e quinta, foi a vez de apresentar planos temperados ao Conselho da GRI. No conselho minha apresentação foi sobre o projeto da nova geração relatórios de sustentabilidade – G4. Um privilegio poder discutir estas idéias com este time.

De quebra papos sobre o novo livro do John Elkington e horas com Roberto Waack, contando sobre o fascinante mundo do FSC, cujo conselho ele lidera, que o leva a conhecer por dentro florestas do Japão e da Califórnia, do Brasil e do Congo, do Canadá e da Polônia, entre outras. Incontáveis e mágicas experiências sobre recentes ou milenares práticas de reflorestamento e sobre as pessoas que protegem estas florestas.

Na sexta, papo prolongado com Ralf Frank da DVFA/EFFAS, quebrando a cabeça sobre as diferentes métricas utilizadas em relatórios empresariais para expressar a performance sócio-ambiental das empresas.

Prepare-se: se depender desta turma, os relatórios empresariais vão mudar muito nos próximos anos!


PS:

E para fechar esta semana inspirada, fui hoje dar um bom passeio de bicicleta e depois ao cinema assistir “O discurso do rei” (The King’s speech). Super-recomendo!


sábado, 12 de fevereiro de 2011

Julia: viver com 7 bilhões vai exigir muito bom humor e boas idéias



por Nelmara Arbex


Ha' três dias nasceu Julia Charlotte, filha dos queridos Leontien e Robert, aqui em Amsterdam. Neste mesmo dia, antes de receber a notícia, comprei o último número da National Geographic que anuncia na capa a nova marca populacional do planeta: “ Population 7 billion – how your world will change” (População 7 bilhões – como seu mundo vai mudar).
Quando eu nasci, na década de 60, a população do planeta estava por volta dos 3 bilhões. Não há mais rios ou mais terra, nem mais metais ou mais ar fresco do que tínhamos então, mas as mesmas reservas tem que agora sustentar 7 bilhões de pessoas, mais do que o dobro. Se o crescimento continuar mais ou menos nas mesmas condições de agora , quando Julia tiver 15 anos seremos 8 bilhões, quando tiver 35 anos seremos 9 bilhões. E na média consumimos por pessoa mais do que antes.
Quanto pode a Terra suportar? Que modelo de desenvolvimento pode oferecer as melhores condições de vida para o maior número de pessoas possível? O que podemos fazer agora para garantir este futuro? Estas são as principais perguntas do nosso tempo que vão estar presentes no cotidiano de Julia.
Talvez um dos pontos mais interessantes da matéria e’ a explicação de que, neste momento cerca de 1,8 bilhões de mulheres estão na idade da maternidade. Se elas tiverem uma criança a menos do que as mães delas tiveram, chegaremos em 2045 com cerca de 8 bilhões, se mantiverem o mesmo número seremos 10,5 bilhões.
E lembre-se de que a China – com 1,5 bilhões de habitantes - sobretaxa com impostos pesados famílias com mais de uma criança. Se não tivessem iniciado esta política desde 1979 a população planetária seria neste momento ainda maior.
No modelo de desenvolvimento atual cerca de 1 bilhão de pessoas estão sofrendo doenças relacionadas ao não acesso aos recursos básicos como água ou alimentos.
Mas como não vamos mudar este rumo na próxima década muitas organizações fazem um chamado por idéias criativas para melhorarmos a vida de quem já está aqui ou estará por aqui em breve, como a Population Fundation”. Há quem diga que o melhor a se fazer e’ garantir crianças bem alimentadas e educadas na escola para que elas tenham boas ideais, pois vamos precisar de todas elas.
Uma das formas de fazer isto também e’ repensarmos nosso modelo de consumo. Consumir de forma diferente, principalmente na escolha dos alimentos e como utilizamos produtos químicos, como falamos neste blog recentemente.
E claro que precisamos fazer tudo isto aproveitando muito desta aventura inenarrável que e’ estar vivo no planeta Terra!
Muita diversão, saúde e inspiração para você Julia! Bem-vinda!

ps: imagem publicada pela National Geographic. Veja o video.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Orgânicos diretamente da fábrica! Na China!



por Nelmara Arbex

A princípio não parece tão inovador e fundamental para um futuro sustentável, mas eu acho que vale a pena pensar bem nisto.

Uma grande questão na China e’ a produção e transporte de alimentos frescos e de alta qualidade para seus centros urbanos, e de forma sustentável, já que os recursos são escarços e precisam ser renováveis. Vamos começar lembrando que a China tem 12 cidades com mais de 5 milhões de habitantes, sendo 3 acima de 10 milhões. Imagine todo este povo comendo e utilizando água todos os dias...

Pois em agosto passado o governo municipal em Pequim (hoje Beijing) começou a operar um tipo de máquina que pode mudar toda a logística alimentar e o impacto que a produção e o nosso consumo de alimento faz ao planeta: uma estufa gigante totalmente controlada por computador.

A estufa tem 1.289 metros quadrados e está no distrito de Tongzhou em Pequim. Pode produzir 15 milhões de unidades por ano - de cabeças de alface a flores e frutas. O sistema computadorizado regula cada pedaço do ambiente para garantir o crescimento dos vegetais da melhor forma e com melhor qualidade possível, sem uso e agrotóxicos ou pesticidas.

“As plantas crescem numa produção líquida, numa produção em série e o sistema controla temperatura, luz, umidade, e quantidade de nutrientes”, disse Tian Zehn diretor do Instituto para Automatização da Agricultura, de Pequim.

O projeto do instituto contou com a expertise da corporação Jingpeng International Hi-Tech para desenvolver este sistema, que funciona com um gerador solar de 15 kilowatt de potencia.

As principais diferenças entre esta e as estufas que estamos acostumados são a variedade de alimentos que pode produzir, o excelente gerenciamento dos recursos naturais, e o fato de que pode ser instalada em qualquer lugar e clima.

Se a humanidade vai mesmo morar em centro urbanos com centenas de milhares de pessoas- como já’ estamos fazendo no Brasil - produzir alimentos de alta qualidade,o mais próximo possível do consumidor, sem desperdício de recursos naturais e sem poluentes e’ chave para reduzirmos nosso impacto negativo. (Em nota anterior deste blog tratei do fato de que o consumo de alimentos em áreas urbanas já’ representam hoje o maior impacto ambiental do planeta. Muito mais que todos os outros fatores da nossa vida cotidiana, como o transporte, por exemplo.)

Ale'm disto, as atividades agrícolas que podem ser confinadas desta forma, deixariam de competir em espaço e recursos com os biomas naturais, reduzindo também a possibilidade de mistura genética destas espécies -tão especificas selecionadas por razoes comerciais- com a imensa variedade de espécies naturais que o planeta gentilmente oferece.

E aí? Vamos fazer umas destas onde estão hoje galpões abandonados ao redor de nossas cidades?